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Mundo

Presidente do Haiti teme por milhares de mortos após terremoto

13 jan 2010 - 13h31
(atualizado às 15h57)
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O presidente do Haiti, René Préval, disse temer que milhares de pessoas tenham morrido após o forte terremoto que atingiu o país e que causou o desmoronamento do Parlamento, escolas e hospitais na capital.

René Préval participa de uma cerimônia na embaixada francesa em Porto Prícipe, no dia 11 de novembro de 2009
René Préval participa de uma cerimônia na embaixada francesa em Porto Prícipe, no dia 11 de novembro de 2009
Foto: AFP

Em sua primeira entrevista desde o tremor da terça-feira, Préval disse ao jornal Miami Herald que o cenário na capital Porto Príncipe é "inimaginável".

"O Parlamento desabou. O escritório de impostos desabou. Escolas desabaram. Hospitais desabaram", afirmou.

Préval pediu ainda ajuda urgente da comunidade internacional para enfrentar o que chamou de "inimaginável" catástrofe ocorrida no país com o terremoto desta terça-feira.

Em suas primeiras declarações após o terremoto, Préval disse que ele mesmo caminhou entre corpos e ouviu gritos de pessoas presas nos escombros do prédio do Parlamento."O Parlamento afundou, o edifício de impostos, as escolas e os hospitais. Há muitas escolas destruídas com muita gente dentro", assinalou Préval.

O presidente haitiano explicou que percorreu vários bairros de Porto Príncipe para avaliar as consequências do tremor. "Todos os hospitais estão abarrotados de gente. É uma catástrofe", acrescentou.

Préval ressaltou que não dormiu desde que ocorreu o terremoto e que as ruas da capital ficaram cheias de gente durante a noite pelo temor de dormirem em casa perante o risco de novos sismos.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o Haiti após o terremoto que devastou o país nesta terça-feira. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Com informações das agências Reuters e EFE

Fonte: Redação Terra
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