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América Latina

Premiê do Haiti diz que país quer sair do "túnel escuro"

25 jan 2010 - 20h17
(atualizado às 21h10)
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O primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, disse nesta segunda-feira que seu país quer "começar a sair deste túnel escuro" no qual está imerso desde o terremoto de 12 de janeiro e reiterou que precisam da ajuda internacional agora e no futuro para reconstruir Haiti.

O ministro Jean-Max Bellerive (esq.) discursa em Montreal
O ministro Jean-Max Bellerive (esq.) discursa em Montreal
Foto: Reuters

A afirmação foi feita durante a segunda sessão plenária na Conferência Ministerial Preparatória sobre o Haiti realizada sob o lema "A união faz a força" na cidade canadense de Montreal e que tem como objetivo definir as linhas de um plano de reconstrução para o país.

Bellerive indicou que, após fazer uma avaliação da tragédia que se abateu sobre o Haiti por causa do terremoto que deixou pelo menos 120 mil mortos e 3 milhões de desabrigados, Porto Príncipe "está imersa no abismo" e necessita de ajuda internacional.

"Precisamos urgentemente de sua ajuda (dos países presentes na reunião) e este período de urgência deve perdurar inclusive durante a reconstrução", afirmou.

O primeiro-ministro explicou que com urgência precisam de 200 mil barracas de acampamento para alojar a população que perdeu suas casas.

"Todo o país mudou. É preciso fazer uma avaliação de todo o país", acrescentou.

Ressaltou que é preciso alojar, cuidar e oferecer os serviços básicos e de primeira necessidade a 400 mil famílias desabrigadas pelo tremor, famílias, sustentou, "para as quais agora não há nenhuma esperança".

Bellerive admitiu que a coordenação inicial da ajuda foi um "problema", mas que neste momento a distribuição é "aceitável", apesar de não ser de toda satisfatória.

O Haiti precisa de hospitais próximos das áreas atingidas, acomodar as famílias, distribuir os produtos básicos aos milhões de desabrigados e iniciar as ações de prevenção de epidemias, enumerou o político.

"Estamos ainda na fase humanitária, mas devemos refletir seriamente sobre a reconstrução", destacou.

"Venho falar da reconstrução, mas também do amanhã, embora este amanhã ainda não esteja claro", disse.

O primeiro-ministro enfatizou que se trata de uma situação "que vai perdurar por muitos meses e muitos anos. Voltar a (a situação prévia a 12 de) janeiro de 2010 requereria pelo menos entre quatro a cinco anos", assinalou.

Apesar da tragédia que vive Haiti, o primeiro-ministro vê "enormes oportunidades" para criar um futuro melhor para o país.

O terremoto, disse, "deve servir para entender por que as coisas não funcionaram até agora".

De acordo com Bellerive, o Estado "deve ser descentralizado" para poder organizar melhor a ajuda e a reconstrução ser mais eficaz, e deve voltar a atrair investidores.

"Não haverá renovação no Haiti se os investidores não vierem ao país e entenderem que seus investimentos não correm riscos", advertiu.

No último dia 12, um terremoto de 7 graus na escala Richter atingiu o Haiti. Seu epicentro foi localizado a apenas 15 quilômetros da capital do país, Porto Príncipe.

Pelo menos 21 brasileiros morreram na tragédia, sendo 18 militares e três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti.

EFE   
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