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América Latina

População não respalda protestos, diz chanceler do Equador

30 set 2010 - 13h46
(atualizado às 18h12)
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O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, declarou que os protestos "intoleráveis" protagonizados por grupos de policiais no país nesta quinta-feira não têm o respaldo da população. "Uma decisão totalmente inaceitável de parte de alguns setores policiais, não de todos (...). O povo não está apoiando isso, o povo está se mobilizando em favor de seu governo, legitimamente em vigor", disse Patiño, em entrevista por telefone à rede regional Telesur.

A inquietação tomou conta do Equador quando soldados assumiram o controle do principal aeroporto do país, enquanto policiais protestavam nas ruas. O presidente Rafael Correa analisava a possibilidade de dissolver o Congresso por causa de um impasse político.

Entretanto, o chefe do comando das Forças Armadas, Ernesto González, garantiu que os militares estão subordinados à autoridade do presidente.

"Estamos em um Estado de Direito. Estamos subordinados à máxima autoridade que é o senhor presidente da República", afirmou o chefe militar em um pronunciamento transmitido pelos meios de comunicação locais.

Policiais protestam por causa da eliminação de benefícios econômicos para a tropa incluídos em uma reforma legal. A manifestação se estende paulatinamente por todo o país e ameaça submeter a nação ao caos.

No campo político, membros do próprio partido de Correa, de esquerda, estão bloqueando no Legislativo projetos que buscam cortar custos do Estado, o que levou o presidente a considerar a dissolução do Congresso, medida que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, disse um dos ministros.

O país, de 14 milhões de habitantes, tem uma longa história de instabilidade política.

Em confusas e caóticas cenas em Quito, centenas de soldados tomaram a pista do aeroporto internacional da cidade, que foi fechado para os voos.

"O aeroporto está fechado", disse à Reuters um telefonista do aeroporto internacional de Quito. Muitos trabalhadores estão sendo enviados para casa e escolas foram fechadas devido ao tumulto.

Em outras partes da capital, policiais uniformizados queimavam pneus em protesto contra uma proposta de corte de benefícios da categoria.

A Constituição do Equador, instituída há dois anos, permite que o presidente declare um impasse político e assim promover a dissolução do Congresso até a realização de novas eleições presidenciais e parlamentares.

No entanto, a medida teria de ser aprovada pela Corte Constitucional para entrar em vigor.

"Este é um cenário que não agradaria a ninguém, mas é uma possibilidade quando não existem as condições para a mudança", disse a ministra da Política Doris Solis, depois de se reunir com Correa e outras autoridades na noite de quarta-feira. "Ainda não foi tomada uma decisão", disse ela a repórteres.

Veja momento em que presidente do Equador é atacado:
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