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América Latina

Peruanos vão às urnas amanhã definir rival de Keiko Fujimori no 2º turno

9 abr 2016 - 20h59
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Os peruanos irão às urnas neste domingo para definir qual dos candidatos presidenciais passará para o segundo turno com a favorita Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, preso por crimes de corrupção e violação aos direitos humanos.

Durante toda a campanha, Keiko, de 40 anos, se manteve à frente das pesquisas, que preveem que será necessário um segundo turno em junho.

Entre os principais rivais da filha de Fujimori há um empate técnico entre a congressista Verónika Mendoza, de 35 anos, e o ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski, de 77 anos, segundo as últimas pesquisas divulgadas.

Em sua segunda tentativa de chegar à presidência, após ser derrotada pelo atual presidente Ollanta Humala, cujo partido se retirou deste pleito, Keiko Fujimori tentou afastar-se da sombra de seu pai e moderou seu discurso, mas nas últimas semanas o antifujimorismo ganhou força com grandes passeatas contra sua candidatura.

Em seu ato de encerramento de campanha, Keiki disse que sabe "muito bem que capítulos" tem "que deixar de lado" e reiterou que trabalhará "para fortalecer" a democracia e respeitará a independência de poderes.

A candidata também focou na insegurança, uma das principais preocupações dos peruanos junto com a corrupção, e garantiu que "tem a capacidade para acabar com a criminalidade".

A última surpresa de uma campanha rarefeita e inédita, na qual o ente eleitoral excluiu vários candidatos presidenciais, foi o avanço nas pesquisas nas últimas semanas de Verónika Mendoza, do esquerdista Frente Ampla, que alcançou Kuczynski, do partido de centro-direita Peruanos Pelo Kambio.

Uma das razões desta alta de Mendoza é a busca dos eleitores por um rosto novo e outra forma de fazer política pelo desprestígio dos partidos políticos no Peru desde 1990, quando o desconhecido Alberto Fujimori venceu de forma surpreendente o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa.

Tanto Mendoza, que fala quíchua, como a candidata Fujimori têm muito votos entre os pobres e nas zonas rurais, que representam 22% do eleitorado peruano, enquanto Kuczynski se sai melhor no setor urbano e entre as classes médias e altas.

Kuczynski, empresário e ex-ministro de Economia do governo de Alejandro Toledo (2001-2006), é o favorito dos mercados e se apresentou como um especialista nas receitas que assentaram as bases para o crescimento sustentado que a economia peruana teve nos últimos anos.

Apesar dos embates da crise financeira internacional e da queda dos preços das matérias-primas, o Peru fechou 2015 com um crescimento de 3,26%, um dos maiores da região, e conseguiu reduzir a pobreza em 35% entre 2001 e 2014, embora os benefícios ainda não tenham chegado a todos os cantos do país.

A importância de definir o segundo colocado se deve ao fato de que, embora a vitória de Fujimori seja quase certa no pleito do domingo, isso não garante seu triunfo no segundo turno pelo peso que tem o antifujimorismo e a volatilidade do eleitorado peruano, como já lhe ocorreu no pleito de 2011 contra Humala.

A incógnita será resolvida amanhã em pleitos para os quais estão convocados mais de 22 milhões de peruanos para escolher o presidente, dois vice-presidentes, 130 legisladores e 15 representantes para o Parlamento Andino para o período 2016-2021.

Um total de 884.924 peruanos residentes no exterior, que representam 3,86% do eleitorado, também podem participar das eleições.

As mesas de votação abrirão às 8h (horário local, 10h de Brasília) e fecharão às 16h (18h) e os primeiros resultados oficiais, com 30% dos votos apurados, serão divulgados às 21h (23h), segundo informou o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE).

Os centros de votação serão vigiados por 50.000 agentes militares, indicou o Ministério da Defesa.

Uma patrulha militar que levava material eleitoral a uma mesa de votação em uma cidade afastada da selva de Junín foi emboscada hoje por supostos terroristas, em um incidente que terminou com três mortos, seis militares desaparecidos e outros seis feridos.

EFE   
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