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Panamá Papers

Partido propõe impugnação de presidente da Ucrânia

4 abr 2016 - 14h07
(atualizado às 15h12)
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O Partido Radical, uma das forças europeias com representação no parlamento da Ucrânia, propôs nesta segunda-feira iniciar um processo de impugnação do presidente do país, Petro Poroshenko, por ter criado três offshores, segundo revelou uma investigação jornalística internacional.

"Iniciamos o procedimento para a destituição do presidente Poroshenko. Exigimos a criação de uma comissão parlamentar para investigar a existência de três offshores e contas secretas do presidente", escreveu em seu Facebook o líder da formação, Oleg Liashko.

Este líder político considerou que é "o cúmulo do cinismo" a criação de empresas offshore em agosto de 2014, no momento mais duro da guerra no leste da Ucrânia, quando centenas de soldados ucranianos morriam em combates com os separatistas pró-Rússia.

A investigação divulgada neste fim de semana pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) revela que o grupo empresarial Roshen, propriedade de Poroshenko, abriu em 2014 três offshores nas Ilhas Virgens Britânicas, no Chipre e na Holanda.

O líder ucraniano lembrou hoje em seu Facebook que após assumir a presidência, deixou a direção da empresa "em mãos de companhias jurídicas e consultorias".

"Espero que me ofereçam exaustivas explicações na imprensa ucraniana e internacional", recalcou.

O Comitê Anticorrupção da Ucrânia afirmou que segundo as leis ucranianas, o presidente do país está fora de sua jurisdição, o que lhe impede de iniciar uma investigação sobre as filtragens do ICIJ, conhecidas como "Panama Papers".

Após fundar em 2014 uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas "com o objetivo de preparar a venda do grupo Roshen" a investidores estrangeiros, Poroshenko evitou indicá-la em sua declaração de bens.

O porta-voz do presidente ucraniano, Makar Paseniuk, argumentou que a criação da empresa Prime Asset Parthners Limited nas Ilhas Virgens Britânicas não foi incluída na declaração porque as ações da companhia não tinham valor nominal.

No entanto, os documentos do escritório panamenho Mossack Fonseca nos quais se baseia a investigação jornalística demonstram que as mil ações da empresa estavam avaliadas em mil dólares, por isso que tinham que ser incluídas na declaração de Poroshenko.

Ao longo de 2014, a Prime Asset Parthners Limites criou outra sociedade no Chipre, que por sua vez fundou uma terceira na Holanda, a companhia Roshen Europe BV.

Os assessores jurídicos de Poroshenko asseguraram aos jornalistas que a fundação das três sociedades "corresponde com a prática de mercado habitual na Ucrânia para as empresas que devem ser vendidas a investidores estratégicos".

EFE   
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