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América Latina

Paraguai: Lugo diz que aceitou impeachment para 'evitar mais sangue'

Ex-presidente pediu que dois candidatos à presidência sejam investigados pelo massacre de Curuguaty, principal argumento para sua destituição

2 abr 2013 - 20h05
(atualizado às 20h06)
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<p>Em junho passado, Lugo sofreu impeachment por 'mal desempenhos de suas funções'</p>
Em junho passado, Lugo sofreu impeachment por 'mal desempenhos de suas funções'
Foto: AP

O ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo, disse nesta terça-feira que aceitou sua destituição do poder em junho do ano passado “para evitar mais sangue”. Quase dez meses após ter deixado a presidência, o hoje candidato a senador defendeu que os presidenciáveis dos partidos Colorado e Liberal seja investigados pelo massacre de Curuguaty, principal argumento do juízo político que terminou com seu impeachment por “mal desempenhos de suas funções”. As informações são do jornal Ultima Hora.

“Havia tanta informação naqueles dias, de que realmente mais gente morreria. Morreriam dirigentes campesinos, famílias campesinas pobres que vinham para defender um processo e eu não queria carregar para o túmulo esse peso na consciência, com a morte de inocentes”, afirmou Lugo em entrevista à rádio 1080 AM.

Ele ratificou a posição da Frente Guasú, seu grupo político, para que o candidato colorado à presidência Horacio Cartes, o deputado Óscar Tuma, o presidente do Partido Liberal Blas Llano e o presidenciável do mesmo partido Efraín Alegre sejam investigados pelo massacre.

Lugo afirmou que a operação para desocupar a fazenda de um ex-presidente do Partido Colorado realizada em 15 de junho de 2012 tinha tudo para acabar de maneira pacífica. No entanto, cinco policiais e 11 campesinos morreram durante um forte confronto. Para o ex-presidente, “sempre haverá uma parte nebulosa, uma espécie de manto negro na história recente do Paraguai”. A eleição de Lugo, em 2008, pôs fim a mais de 60 anos de governos ininterruptos do Partido Colorado, principal força conservadora no país.

No próximo dia 21 de abril, os paraguaios vão eleger o novo presidente e os novos senadores e deputados. As pesquisas indicam que Horacio Cartes, do Partido Colorado, é o favorito, seguido pelo liberal Efraín Alegre.

Lugo concorre ao Senado pela Frente Guasu, que tem o médico Aníbal Carrillo como candidato à presidência. O apresentador Mario Ferreiro, que dividiu o grupo político de Lugo, é o representante da esquerda melhor colocado nas pesquisas: está em terceiro lugar, com cerca de 10% das intenções de voto.  

Fonte: Terra
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