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América Latina

Para OMS, não é hora de investigar origem da cólera no Haiti

16 nov 2010 - 10h53
(atualizado às 11h35)
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou nesta terça-feira que a prioridade neste momento é evitar a propagação do surto de cólera no Haiti e tratar os contaminados, e não investigar as causas da epidemia que já deixou 917 mortos no país.

Haitianos infectados pela cólera recebem atendimento médico em hospital improvisado de Porto Príncipe
Haitianos infectados pela cólera recebem atendimento médico em hospital improvisado de Porto Príncipe
Foto: Reuters

"A prioridade agora não é investigar a origem do surto, mas controlá-lo e dar assistência aos doentes", ressaltou a porta-voz da OMS Fadela Chaib em entrevista coletiva em Genebra.

As declarações da porta-voz foram dadas depois que surgiram rumores de que a epidemia pode ter sido provocada pelas forças da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), que teriam contaminado um rio em Mirebalais.

Nesta segunda-feira foram registrados graves protestos nas ruas de Cap Haitien, no norte do país, contra a presença da Minustah no Haiti.

A porta-voz da OMS negou que a organização tenha adotado alguma decisão formal para impedir a investigação da origem da epidemia.

"Não decidimos não investigar, só dissemos que não é uma prioridade agora. Mas talvez possamos investigar no futuro", ressaltou.

Ela também afirmou que a doença "estará presente durante muitos anos no Haiti".

"A bactéria que a transmite está presente no meio ambiente, e o sistema de água e saneamento no Haiti está em um estado deplorável, por isso a doença não deve desaparecer rapidamente", alertou.

Por sua vez, a porta-voz chefe da ONU em Genebra, Corinne Momal-Vanian, disse que os protestos desta segunda-feira contra a presença da Minustah no Haiti foram "politicamente motivados" pelo período pré-eleitoral.

Além disso, referiu-se a um comunicado emitido pela ONU em Porto Príncipe, que destaca que "foram feitos vários experimentos" (para verificar a responsabilidade dos agentes da Minustah) e "todos deram negativo".

A porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Elizabeth Byrs, fez uma chamada urgente aos Estados-membros da ONU para que cumpram suas promessas em matéria de financiamento para dar assistência à crise humanitária no país.

EFE   
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