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Mundo

Papa inicia viagem a México e Cuba para renovar evangelização

22 mar 2012 - 09h32
(atualizado às 09h51)
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O papa Bento XVI iniciará nesta sexta-feira sua segunda viagem à América Latina, que o levará ao México e Cuba, onde pretende realizar uma nova evangelização e pedir a seus habitantes a reconciliação e a luta contra a violência, o narcotráfico e a injustiça, a favor da paz.

"Convido a todos a me acompanhar com sua proximidade espiritual, para que nesta visita sejam colhidos abundantes frutos de vida cristã e renovação eclesial, que contribuam ao autêntico progresso desses povos", disse o papa na vigília da viagem.

Bento XVI, de quase 85 anos, já esteve em 2007 na América Latina, mas nessa ocasião visitou apenas o Brasil. Agora ele volta a dois países de língua espanhola para proclamar novamente o Evangelho a estes povos que foram evangelizados há 500 anos, e que continuam fiéis à Igreja, mas nos quais a secularização e a penetração das seitas avançam.

Segundo o papa, chegou o momento de voltar a evangelizar "com uma fé robusta" essa região onde vive quase a metade dos mais de 1,2 bilhões de católicos do planeta.

O pontífice deseja que a mensagem desta viagem seja extensiva a toda América Latina e durante os seis dias de visita pedirá a seus cidadãos que fomentem a reconciliação, a fraternidade e a solidariedade e lutem contra a violência, o narcotráfico, a injustiça, o analfabetismo, a corrupção e a miséria, a favor da paz e do cuidado com o meio ambiente.

Além disso, ele encorajará a defesa da vida humana desde sua concepção até a morte natural e a tutela da família, instituição que sofre cada vez mais - segundo afirmou - por situações adversas causadas pelas mudanças culturais, banalização da sexualidade e falsas ideologias.

A primeira etapa da viagem é o México, onde se encontrará, segundo o cardeal secretário de estado, Tarcisio Bertone, com um país que enfrenta a violência, a corrupção, o narcotráfico, que obriga todos os mexicanos a "voltar a fundar" a nação sobre os valores cristãos, "que são a convivência pacífica, a irmandade, a solidariedade e a honra".

O México sofre com um aumento na violência causado pela guerra entre os cartéis de drogas pelo controle do território e os enfrentamentos destes grupos com o Estado, que causaram mais de 47 mil mortes.

O papa encontrará também um México que se prepara para as eleições de 1º de julho, que escolherão, entre outros cargos, um novo presidente.

Em termos políticos a visita levantou suspeitas, já que o fato de o papa só se encontrar com o presidente, Felipe Calderón, é considerado como um apoio ao Partido Ação Nacional (PAN), atualmente no poder, o que foi taxativamente negado pela Igreja.

Já em Cuba, 14 anos depois da visita de João Paulo II, o papa encontrará "uma Revolução em processo de aperfeiçoamento de seu modelo político, econômico e social", segundo afirmou à Agência Efe o embaixador cubano perante a Santa Sé, Eduardo Delgado.

Mas também encontrará uma Igreja Católica mais visível, que se transformou em interlocutora com o Governo.

Segundo o cardeal Bertone, a visita ajudará os cubanos em seu caminho rumo a democracia.

O papa partirá nesta sexta-feira em direção a León, no estado de Guanajuato, no centro do México e centro do catolicismo mexicano, onde será recebido pelo presidente Calderón.

No domingo, 25, rezará uma missa aos pés da Colina do Cubilete, dominada por uma estátua de Cristo Rei, e se reunirá com os bispos mexicanos.

No dia 26 de março viajará a Santiago de Cuba, onde será recebido pelo presidente, Raúl Castro. Na ocasião, o papa rezará um missa pelo 400º aniversário do encontro de Nossa Senhora da Caridad del Cobre, a padroeira da ilha, e antes de viajar a Havana visitará a imagem em seu santuário, o que João Paulo II não pôde fazer.

Em Havana, ele se reunirá com Raúl Castro e não descarta encontrar também com Fidel Castro. No dia 29, será rezada uma missa na Praça da Revolução, último ato da viagem ao "continente da esperança" antes do retorno a Roma.

Esta é a 23ª viagem de Bento XVI pelo mundo em quase sete anos de Pontificado.

EFE   
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