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América Latina

Panamá concede vistos a diplomatas norte-coreanos em caso de navio

17 jul 2013 - 21h40
(atualizado às 22h10)
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O governo do Panamá anunciou nesta quarta-feira que concedeu visto a dois diplomatas norte-coreanos para que viajem ao país para inspecionar o navio do país retido com armas procedentes de Cuba.

"Acabamos de autorizar dois vistos para representantes da República da Coreia através de nossa embaixada em Havana, para que eles venham a fim de dar explicações ou inspecionar seu navio", disse o chanceler do Panamá, Fernando Núñez, por meio de um comunicado oficial.

Fontes oficiais panamenhas afirmaram que a Coreia do Norte pediu para seus representantes estarem presentes durante as inspeções que devem ser realizadas no fim deste mês pela equipe da ONU.

As autoridades panamenhas mantém retido e submeteram a embarcação "Chong Chon Gang" a inspeção, encontrando nela armas escondidas em contêineres e sob toneladas de açúcar. Cuba admitiu a propriedade das armas, e disse se tratar de armamento obsoleto que seria reparado e devolvido à ilha caribenha.

Havana informou que as armas são "dois complexos mísseis antiaéreos Volga e Pechora, nove foguetes em partes e peças, dois aviões Mig-21 Bis e 15 motores deste tipo de avião".

Nuñez sustentou que seu governo pediu às Nações Unidas que se encarregue de "avaliar o tipo de material bélico" que se encontra na embarcação norte-coreana. "Estamos esperando que as Nações Unidas, através de seu Conselho de Segurança, nos mande os especialistas nos próximos dias para que a análise comece imediatamente", afirmou o chanceler panamenho.

O Panamá também pediu a cooperação técnica dos Estados Unidos, que já respondeu que vai contribuir com a investigação, e do Reino Unido, um pessoal que pode "trabalhar de forma coordenada" com a ONU, porque "um não exclui os outros", acrescentou Núñez.

O chanceler foi enfático em dizer que ao reter o navio norte-coreano e submetê-lo a inspeção, o Panamá deu cumprimento às resoluções da ONU que proíbem a Coreia do Norte de exportar ou importar qualquer tipo de armamento.

Núñez, além disso, descartou que a situação com o navio norte-coreano represente um "problema entre Panamá e Cuba", cujas autoridades estiveram em contato, disse. "Aqui não houve um problema entre Panamá e Cuba. O problema é que, ao mandar essa carga não declarada em um navio coreano através das águas do Panamá, obviamente tivemos que interceptá-lo em cumprimento dessas resoluções das Nações Unidas", disse Núñez.

"Acho que o problema dos cubanos é que talvez não viram à princípio o risco que estavam passando à outra nação. Conversamos com autoridades cubanas. Eles simplesmente talvez não viram o perigo que estavam causando a nações amigas", acrescentou o chanceler panamenho.

Nesta quarta-feira, as autoridades panamenhas continuavam tirando os milhares de sacas de açúcar da embarcação, uma tarefa árdua que pode durar de oito a dez dias, já que devem ser carregadas nos ombros. O Panamá não tem relações diplomáticas com Coreia do Norte, somente com a Coreia do Sul.

EFE   
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