Países latino-americanos expressam apoio a Rafael Correa
30 set2010 - 17h24
(atualizado às 18h20)
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Os países da América Latina rejeitaram nesta quinta a tentativa de golpe de Estado denunciada pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, e expressaram "solidariedade" ao líder diante da crise causada pelos protestos de policiais e militares.
Veja momento em que presidente do Equador é atacado:
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, quem se encontra de visita no Haiti, se comunicou com seu colega do Equador, Ricardo Patiño, para expressar-lhe "solidariedade" com o Governo e "a democracia" dessa nação.
Policiais e militares equatorianos saíram hoje as ruas para protestar por um projeto de lei que elimina benefícios sociais e protagonizaram incidentes nos quais se viu envolvido inclusive o presidente Correa, quem denunciou tentativas de desestabilizar a democracia no Equador.
Amorim "tomou conhecimento com preocupação das manifestações no Equador", diz uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.
O comunicado explica que Amorim "mantém informado" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sobre gestões em curso para uma resposta firme e coordenada do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Organização dos Estados Americanos (OEA)".
Por sua vez, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, denunciou uma tentativa de golpe de Estado contra Correa e pediu aos povos da Unasul para que fiquem "alertas".
"Estão tentando derrubar o presidente Correa. Alerta, povos da Aliança Bolivariana! Alerta, povos da Unasul! Viva Correa!", expressou Chávez em sua conta no Twitter.
O Governo argentino também rejeitou "a sublevação de forças militares e policiais que põem em risco as instituições democráticas no Equador", condenou as "ações desestabilizadoras" e expressou apoio ao Governo Correa.
"A América Latina não aceita mais ataques à democracia nem tentativas de burlar a vontade popular que se manifesta nas urnas. A Argentina estará à frente da defesa da democracia e dos direitos humanos juntamente com os países irmãos da Unasul e do Mercosul", acrescentou um comunicado do Governo de Cristina Kirchner.
O Governo mexicano manifestou hoje respaldo ao presidente do Equador, Rafael Correa, e expressou confiança de que as instituições desse país sul-americano encontrem uma solução perante a crise política que vive após um protesto policial.
"O Governo do México expressa sua preocupação pelos fatos ocorridos hoje na República do Equador e que podem afetar a vida institucional nesse país irmão", indicou a Chancelaria mexicana em um breve comunicado.
O Ministério das Relações Exteriores do México acrescentou que acredita que as "instituições encontrarão uma solução para esta situação no marco do Estado de Direito e mediante o diálogo e a conciliação".
O Governo de Cuba também condenou "o golpe de Estado que se desenvolve no Equador", expressando "completo respaldo" ao presidente Correa e pedindo ao Governo dos Estados Unidos a se pronunciarem contra a tentativa golpista, porque "uma omissão o tornaria cúmplice".
O chanceler Bruno Rodríguez leu em Havana perante a imprensa uma mensagem do governante Raúl Castro onde se expressa a "enérgica" rejeição de Cuba à tentativa golpista da "oligarquia e grupos conspiradores" do Equador.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou o que chamou de "vergonhosa conspiração" que enfrenta hoje seu colega do Equador, que, em sua opinião, busca dar um "golpe de Estado".
"Esta é uma nova tentativa de evitar à força e com violência, como ocorreu em Honduras, a imparável mudança revolucionária em toda a América Latina", diz uma carta enviada por Morales a Correa.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, também expressou o "mais absoluto respaldo" de seu Governo a Correa.
Piñera, quem disse ter falado "profunda e extensamente" com seu colega equatoriano, lhe expressou "nosso pleno e total apoio à ordem constitucional, à democracia e ao Governo constitucional do presidente Rafael Correa", disse o líder em entrevista à imprensa no Palácio de La Moneda em Santiago.
Por sua vez, o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, ressaltou que seu país só reconhece como Governo "legítimo" do Equador o que é liderado por Correa.
"Nós reconhecemos como o Governo legítimo do Equador o Governo que é liderado pelo presidente Rafael Correa", indicou Garzón à imprensa em Bogotá.
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, expressou rejeição perante a "sublevação de setores armados" enfrentada pelo Governo do Equador e condenou os que buscam desestabilizar a democracia nesse país.
Também manifestou seu respaldo a Correa o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, quem expressou confiança em que o Governo do Equador possa controlar os protestos de policiais e militares que tomaram hoje um quartel em Quito e forçaram o fechamento do aeroporto após ocuparem a pista.
"Temos confiança em que o Governo do Equador controle a situação", disse Insulza em declarações ao "Canal 24 Horas", da emissora estatal da televisão chilena ("TVN").
Da mesma forma, o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o argentino Néstor Kirchner, declarou o firme "compromisso e a mais absoluta solidariedade" com Correa.
O Governo espanhol foi outro que expressou total respaldo ao Executivo do Equador e às instituições democráticas desse país perante as notícias de uma "tentativa de golpe de Estado" e condenou "qualquer ruptura da legalidade constitucional".
O presidente Rafael Correa é carregado após passar mal por causa do gás lançado durante os protestos
Foto: AFP
Rafael Correa, vestindo máscara de proteção contra gás, recebe ajuda para sair do local do protesto
Foto: AFP
O presidente equatoriano usa máscara enquanto fala com repórteres, pouco antes de ir para o hospital
Foto: AFP
Rafael Correa (centro, de terno) fica em meio à fumaça do gás jogado durante os protestos
Foto: AFP
O presidente equatoriano, Rafael Correa, faz pronunciamento no Regimento do Exército de Quito
Foto: AFP
Policial rebelde participa do protesto, em Quito
Foto: AFP
Soldado usa máscara de proteção contra gás durante a manifestação militar
Foto: AFP
Rafael Correa usa máscara anti-gás e recebe ajuda de assessores para sair do local do protesto
Foto: Reuters
Rebeldes queimam pneus durante o movimento próximo ao quartel de polícia, em Quito
Foto: Reuters
O presidente equatoriano, Rafael Correa, retira a máscara enquanto caminha entre os manifestantes
Foto: Reuters
O presidente Rafael Correa faz discurso no quartel de Quito, pouco antes de ser atingido por gás lacrimogêneo
Foto: Reuters
Policial rebelde usa máscara enquando bombas de gás lacrimogêneo são lançadas
Foto: AFP
Assessores ajudam o presidente Rafael Correa a retirar a máscara anti-gás lacrimogêneo
Foto: Reuters
Manifestantes seguram cartazes e apoiam movimento policial rebelde, na capital equatoriana
Foto: Reuters
General de polícia fala aos rebeldes durante a movimentação contra o governo de Correa, em Quito
Foto: Reuters
Assessores limpam o rosto de Rafael Correa, que foi agredido por rebeldes durante o protesto militar
Foto: EFE
Militares rebeldes ocupam a pista do aeroporto de Quito, que foi fechado devido ao protesto
Foto: EFE
Manifestantes queimam pneus em frente à unidade policial, em Quito
Foto: EFE
Militares rebeldes tomam a pista do aeroporto de Quito durante os distúrbios provocados por protestos
Foto: Reuters
Militares rebeldes seguram cartaz com reclamações sobre as leis impostas pelo governo equatoriano
Foto: Reuters
O presidente chileno, Sebastián Piñera, emite declaração em que expressa seu respaldo a Correa
Foto: EFE
Policiais jogam gás lacrimogêneo contra apoiadores do presidente Rafael Correa em frente à Assembleia
Foto: AFP
Integrantes da Força Aérea fazem guarda em frente ao Aeroporto Mariscal Sucre, em Quito
Foto: AFP
O fotógrafo da assessoria do governo equatoriano Miguel Jimenez (centro) é cercado por policiais em frente ao quartel de Quito
Foto: AFP
Policiais amotinados prendem um guarda-costas em frente ao hospital onde está o presidente Rafael Correa
Foto: AFP
O presidente da Bolívia, Evo Morales, teve um "grave tumor" no nariz no início de 2009 e foi convidado pelo presidente Lula para ser operado em um hospital de São Paulo, segundo um documento divulgado pelo WikiLeaks e desmentido pelo porta-voz de Morales, Ivan Canelas. O documento, de 22 de janeiro de 2009, traz uma conversa entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o embaixador americano no Brasil, Clifford M. Sobel, confirmando a questão
Foto: Reuters
Ministro das Relações exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, lê declaração do presidente, Raul Castro sobre a situação no Equador
Foto: Reuters
Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, falou durante visita ao Haiti
Foto: EFE
Secretario geral da Organização dos Estados Americanos fala sobre a crise no Equador
Foto: EFE
O presidente boliviano, Evo Morales, fala sobre a crise no Equador
Foto: Reuters
Policial rebelado usa placa de publicidade como escudo para se defender de pedras atiradas por simpatizantes do presidente Rafael Correa
Foto: Reuters
Manifestantes protestam em frente à embaixada equatoriana em Caracas, na Venezuela, contra crise no Equador
Foto: Reuters
População vai às ruas para manifestar apoio ao presidente Rafael Correa, que se refugiou em hospital após ser agredido em praça pública
Foto: AP
Mulher ergue cartaz em protesto contra a polícia em Quito: "os que estão armados jamais poderão dialogar"
Foto: AP
Policial sai com a mão ferida após confronto com grupos que apoiam o presidente Rafael Correa no Equador
Foto: EFE
Simpatizante do presidente Rafael Correa sofre com o gás lacrimogêneo usado pela polícia
Foto: Reuters
Simpatizantes de Rafael Correa entram em conflito com policiais do lado de fora do hospital onde o presidente equatoriano se refugiou
Foto: AP
O presidente do Equador, Rafael Correa, fala com a imprensa no palácio do governo em Quito, no Equador. O Exército resgatou Correa de um hospital onde tinha sido preso pelos rebeldes há mais de 12 horas, quando foi apreendido em meio ao gás lacrimogêneo disparado por centenas de policiais indignados com uma lei que, segundo alegam, cortaria seus benefícios
Foto: AP
Militares estendem faixa em frente ao Palácio Presidencial, em apoio ao governo de Rafael Correa
Foto: AP
Simpatizantes do presidente Rafael Correa seguram bandeiras e manifestam apoio junto a soldados
Foto: AP
Da janela do Palácio Presidencial, soldado olha para as ruas de Quito, que amanheceram calmas
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Militares da equipe especial resgatam o presidente Rafael Correa do hospital, em Quito
Foto: AFP
Chanceleres do Uruguai, Luis Almagro, da Argentina, Hector Timerman, do Equador, Ricardo Patino e da Bolívia, David Choquehuanca, chegaram a Quito para reunião
Foto: AP
Militares carregam corpo do soldado Jacinto Cortez, morto na operação de resgate de Correa
Foto: Reuters
Chanceleres buscam ratificar o respaldo à democracia após os distúrbios