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América Latina

Oposição denuncia risco de "violação da ordem constitucional" à OEA

8 jan 2013 - 12h37
(atualizado às 13h40)
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A oposição venezuelana alertou ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, sobre uma possível "violação da ordem constitucional" se o governo continuar em função depois de 10 de janeiro, data prevista para a posse de Hugo Chávez, segundo uma carta difundida nesta terça-feira. 

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, em foto de setembro de 2012
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, em foto de setembro de 2012
Foto: AFP

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"Se até 10 de janeiro não ocorrer o juramento do presidente e não forem ativadas as disposições constitucionais relacionadas com a falta temporária do Presidente da República, será consumada uma grave violação à ordem constitucional na Venezuela que afetará a essência da democracia", indica a carta enviada na segunda-feira pela coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática).

A provável ausência de Chávez na posse para seu terceiro mandato de seis anos previsto pela Constituição Bolivariana de 2000 para o dia 10 de janeiro diante da Assembleia Nacional desencadeou um debate institucional na Venezuela entre o governo e a oposição. 

O governo afirma que o fator institucional fundamental que deve ser levado em conta é a vontade popular expressa na reeleição e que, além disso, a Constituição prevê que, em uma situação inesperada, o presidente eleito pode jurar perante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), sem fixar uma data. Portanto, considera que Chávez será investido para seu terceiro mandato perante o TSJ quando seu estado de saúde permitir e, enquanto isso, seu governo seguirá em funções.

A MUD insiste que se declare a "ausência temporária" de Chávez e que, em seu lugar, assuma a chefatura do Estado o presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, opção que é rejeitada pelos dirigentes no poder. Além disso, a coalizão opositora rejeita que o governo permaneça em função depois do dia 10, quando termina o atual período constitucional e começo o novo.

A Carta Magna estabelece que o presidente deve tomar posse no dia 10 de janeiro na Assembleia Nacional e que diante de uma situação excepcional, pode fazer isso ante ao TSJ, sem fixar data. Mas a MUD estima que, "em nenhum caso, cabe uma interpretação que permita deixar sine die a data do ato de posse".

A MUD reiterou, na carta assinada por seu líder Ramón Guillermo Aveledo, que se o presidente "não puder comparecer ao juramento por razões relacionadas com sua doença, não pode existir um vazio (de poder) e, por isso, deve ser encarregar temporariamente da presidência o líder do Legislativo".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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