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Mundo

ONU faz reconhecimento e diz que há áreas 50% destruídas

15 jan 2010 - 07h36
(atualizado às 08h06)
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Um primeiro reconhecimento aéreo feito pelas Nações Unidas no Haiti revelou que há áreas "com 50% de destruição" ou graves danos, afirmou nesta sexta-feira o Escritório para a Cordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) da ONU.

Homem observa destruição das ruas de Porto Príncipe após o tremor de terça-feira
Homem observa destruição das ruas de Porto Príncipe após o tremor de terça-feira
Foto: AFP

A ONU observou que, além de Porto Príncipe, os centros urbanos de Jacmel e Carrefour foram muito atingidos, e que um total de 3,5 milhões pessoas viviam nas áreas devastadas pelo terremoto.

A Ocha afirmou também que o acesso aos desabrigados continua sendo limitado devido aos obstáculos nas vias e ao trânsito congestionado e que a avaliação completa dos danos tomará dias.

"Situação estável"

Embora as autoridades e algumas informações comecem a falar de desordens e pilhagem, a ONU indicou que, "até o momento, a situação de segurança segue estável".

A ONU mantém como prioridade a assistência para a busca e resgate de vítimas, o que deverá incluir a chegada ao Haiti de equipamento pesado e material médico. Seis equipes para essa missão já estão na ilha, aos quais se juntarão hoje mais 21 equipes da organização internacional.

Quanto aos serviços básicos, não há abastecimento de água nem de energia elétrica, e a maior parte das comunicações continua bloqueada.

Sobre a situação do aeroporto de Porto Príncipe, a Ocha afirmou que só está operacional para voos militares e humanitários, e que a falta de combustível e de equipes para a descarga são um grande problema.

Por isso, os aviões que chegam devem ser capazes de retornar com suas próprias reservas de combustível, afirmou.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. O presidente haitiano, René Préval, afirmou que pelo menos 7 mil pessoas mortas no terremoto já foram enterradas em uma vala comum. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

EFE   
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