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América Latina

ONG holandesa defende indicação de Mujica ao Nobel da Paz

Defesa do nome do presidente uruguaio se deve ao projeto de combate ao tráfico de drogas

13 mar 2013 - 12h04
(atualizado às 12h31)
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De óculos escuros, o líder uruguaio José Mujica assiste à festa de apoio a Chávez em Caracas, em Caracas
De óculos escuros, o líder uruguaio José Mujica assiste à festa de apoio a Chávez em Caracas, em Caracas
Foto: EFE

Uma ONG holandesa defende a indicação do presidente do Uruguai, José Mujica, ao prêmio Nobel da Paz por causa de seu plano de outorgar ao Estado o controle da produção, distribuição e comercialização da maconha, uma proposta que visa contornar o problema do tráfico no país, informaram nesta quarta-feira fontes parlamentares.

A iniciativa da Drugs Peace Institute foi repassada aos membros do governo em uma recente visita do presidente da ONG, Frans Bronkhorst, a Montevidéu, indicou nesta quarta-feira o deputado Sebastián Sabini, do governante Frente Ampla (FA).

Em entrevista publicada no jornal El Observador, o próprio Bronkhorst assegurou ter o consentimento do líder para sua indicação, fato que não as fontes da presidência consultadas pela não puderam confirmar.

Segundo Bronkhorst, "Mujica é o primeiro presidente que propôs acabar com esta guerra", que, por sinal, não serve "ninguém, somente aos interesses obscuros".

O Drugs Peace Institute, criado em 1994, aparece na lista de ONGs do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito (UNODC), onde é definida como uma entidade que trabalha "pelo aumento da conscientização entre os usuários de drogas sobre a qualidade dos produtos que consomem" e por "sua integração na sociedade".

Sabini opinou que a candidatura de Mujica não deve estar somente relacionada ao seu projeto antidrogas, que paradoxalmente se encontra estagnado no Parlamento uruguaio, mas por outras facetas pessoais do líder uruguaio, que, segundo o político do FA, "fez muitas coisas boas ao longo de sua vida e já deu mostras de grandeza em muitos sentidos".

No último ano, Mujica lançou uma inovadora proposta para contornar a crescente delinquência juvenil no Uruguai, a qual consiste em outorgar ao Estado o prático monopólio da comercialização da maconha como forma de evitar que os jovens comprem a droga dos traficantes e passem a buscar outras substâncias mais fortes.

Segundo o governo uruguaio, o consumo da pasta base de cocaína, uma droga muito forte, barata e viciante, é a causa de dezenas de crimes violentos cometidos por menores de idade, um fato que vem comovendo a opinião pública no país.

O polêmico projeto governista de descriminalização da maconha se encontra atualmente estagnado no Parlamento depois que, no último mês de dezembro, Mujica pediu para freá-lo até conseguir um maior apoio popular, já que, segundo enquetes recentes, a proposta ainda é rejeitada pela maioria da população.

EFE   
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