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América Latina

OEA pede defesa de democracia após crise no Equador

1 out 2010 - 20h36
(atualizado às 21h15)
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O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, pediu nesta sexta-feira a defesa da democracia na América Latina, após viajar a Quito para expressar apoio ao governo do Equador após o motim policial desta quinta-feira.

Protesto leva Equador a decretar estado de exceção:

"Embora se tenha superado a situação de conjuntura, a democracia na América Latina ainda é frágil. É preciso defendê-la com toda nossa força", afirmou Insulza à imprensa, após uma reunião com o chanceler do Equador, Ricardo Patiño.

A autoridade máxima da OEA indicou que o objetivo principal de sua visita é manifestar apoio e "fé" à democracia equatoriana e ao governo constitucional de Quito. Hoje chegou a Quito a maioria dos chanceleres dos países-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), também com o propósito de expressar respaldo ao Governo do presidente Rafael Correa, que ficou refugiado ontem em um hospital, cercado por policiais que protestavam.

Insulza disse acreditar que o país sofreu ontem uma tentativa de golpe de Estado "porque há um corpo armado que está insurreto contra a autoridade democrática".

Entenda a crise
Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que havia uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

Após passar mais de 10 horas no hospital, Correa foi resgatado do prédio cercado por rebeldes. Na operação, houve troca de tiros entre militares e policiais. Correa foi levado para o Palácio Presidencial, de onde discursou para milhares de simpatizantes. Segundo a Cruz Vermelha do Equador, duas pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas nos distúrbios.

EFE   
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