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Observatório no Brasil prevê mortes após novo tremor no Haiti

20 jan 2010 - 12h07
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) conseguiu registrar por volta das 11h desta quarta-feira o novo terremoto que ocorreu no Haiti na manhã de hoje e disse que pela intensidade registrada - de 6,1 graus na escala Richter - pode haver mais mortes e destruição no país caribenho.

De acordo com o observatório, que registrou as primeiras ondas sísmicas por meio de equipamentos às 11h10, horário de Brasília, os novos tremores de terra correspondem à terceira onda de abalos de médio porte desde o terremoto da última semana. Na última terça, um terremoto de 7 graus na escala Richter arruinou a capital haitiana, Porto Príncipe, e pode ter matado mais de 200 mil pessoas.

Os registros brasileiros do novo terremoto no Haiti foram feitos por estações sismológicas em Minas Gerais, Mato Grosso e Pará e correspondem a um terremoto com epicentro a cerca de 60 km de Porto Príncipe.

Conforme explicou o analista sênior do Observatório Sismológico Diogo Farraco Albuquerque, o novo abalo sísmico no Haiti ocorreu sob a mesma profundidade do grande terremoto da última semana, e o nível de destruição prevê, além do risco de morte, que alguns prédios já comprometidos desabem.

"Um terremoto de 7 graus pode destruir quase tudo. Ocorreram outros menores no decorrer da semana, um de 5,2, outro de 4,9 graus. Esse de 6,1 é caracterizado como (um terremoto de) pós abalo. Eles completam a destruição porque, se não foi tão grande, também não é inofensivo", disse Albuquerque.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti no último dia 12, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

Três civis e 18 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Entre os civis estão a fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Novo tremor pode derrubar prédios danificados pelo terremoto anterior
Novo tremor pode derrubar prédios danificados pelo terremoto anterior
Foto: AP
Fonte: Terra
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