Nenhum progresso em negociações sobre Assange com Equador, diz Grã-Bretanha
As negociações entre a Grã-Bretanha e o Equador sobre Julian Assange terminaram sem avanço, disse o Ministério das Relações Exteriores britânico nesta segunda-feira, quase um ano após o fundador do WikiLeaks ter se refugiado na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição à Suécia.
Mas o ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, e seu colega equatoriano, Ricardo Patiño, concordaram em estabelecer um grupo de trabalho para tentar resolver o impasse diplomático.
"Os dois ministros realizaram uma reunião bilateral esta manhã por 45 minutos", disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
"Os ministros concordaram que as autoridades devem estabelecer um grupo de trabalho para encontrar uma solução diplomática para a questão de Julian Assange, mas nenhum progresso substancial foi feito."
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que qualquer solução teria que se encaixar dentro da lei do Reino Unido.
Patiño, que está em visita à Grã-Bretanha, reuniu-se com Assange na embaixada do país sul-americano no centro de Londres, no domingo.
Ele disse a jornalistas após a reunião de Hague: "O governo equatoriano afirma que as razões pelas quais o Equador concedeu asilo ainda são relevantes e, portanto, não vai haver nenhuma mudança em suas circunstâncias."
Assange, de 41 anos, refugiou-se na embaixada em junho passado para evitar a extradição para a Suécia, onde enfrenta acusações de agressão sexual e estupro, o que ele nega.
O Equador concedeu-lhe asilo político em agosto passado, dizendo que temia por sua segurança, mas a Grã-Bretanha deixou claro que ele será preso caso tente sair da embaixada.
Assange teme que, ao ser enviado à Suécia, possa ser novamente extraditado aos Estados Unidos para enfrentar as acusações em potencial pela revelação de milhares de documentos confidenciais dos EUA através do WikiLeaks.
(Por Costas Pitas)