Negociadores colombianos estendem ciclo de debate para tentar fechar acordos
A guerrilha das Farc e o governo da Colômbia decidiram estender neste sábado o atual ciclo de seus diálogos de paz, com sede permanente em Havana desde 2012, para tentar avançar em assuntos pendentes, como o acordo sobre justiça.
Fontes ligadas ao processo disseram que a atual rodada de conversas, cujo fechamento estava previsto para hoje, se prolongará por mais um ou dois dias. Os negociadores estão debatendo os detalhes sobre o acordo de justiça transicional, ponto que faz parte do tema sobre as vítimas do conflito que também não foi fechado ainda.
Na chegada ao Palácio das Convenções de Havana, os negociadores das Farc leram sua habitual declaração diária, neste caso sobre as propostas para redefinir a política de segurança do Estado, necessárias, segundo a guerrilha, para manter uma paz duradoura e estável na Colômbia. No texto lido pelo guerrilheiro Pablo Catatumbo, o grupo pediu a criação de uma "unidade especializada de investigação e análise para o desmonte do paramilitarismo" que apresente uma "cartografia georreferenciada" destas "estruturas de contra-insurgência".
Antes da assinatura do acordo final de paz e tendo como base este relatório, a guerrilha propõe também a iniciação de um plano de ação para erradicar o paramilitarismo na Colômbia. Além disso, as Farc sugeriram o fim destes grupos e a prevenção do surgimento de outros, incluindo a eliminação de todo o dispositivo que permita sua criação e a aplicação de penas máximas aos que forem descobertos com envolvimento com paramilitares e narcotraficantes.
No último dia 19, os diálogos entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo completaram três anos, com substanciais avanços que põem ambas as partes em um caminho que as aproxima cada vez mais à assinatura definitiva da paz, embora ainda fiquem pendentes acordos importantes para o processo.
-uvjojvq6r31w.jpg)
