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América Latina

Negociador de paz das Farc é uma das vítimas de ataque do governo colombiano

27 mai 2015 - 12h36
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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) informaram nesta quarta-feira que um dos membros da delegação que negocia a paz com o governo do país morreu no bombardeiro militar ocorrido última quinta-feira, na zona rural do município de Guapí.

"Em meio ao luto, informamos ao país e ao mundo que o companheiro Jaime Martínez, integrante da Delegação de Paz das Farc em Havana, que estava em missão de pedagogia de paz no local, está entre os guerrilheiros assassinados", disse a equipe de negociação do grupo rebelde em declaração na capital cubana.

Segundo o governo colombiano, 26 pessoas morreram no bombardeio, mas as Farc insistem que foram 27 as vítimas.

Os guerrilheiros também confirmaram que o comandante da 18ª Frente e membro do Estado-Maior Central das Farc, Román Ruiz, "foi assassinado em outra ação do exército" ocorrida na segunda-feira na região de Chocó, no oeste do país, conforme comunicado lido pelo líder da delegação de negociação em Cuba, Pastor Alape.

Jairo Martínez se incorporou à equipe que negocia a paz das Farc em Cuba em fevereiro de 2014. Fontes disseram à Agência Efe que ele permaneceu oito meses em Havana e depois foi enviado à Colômbia para essa "missão de pedagogia da paz".

As Farc denunciaram hoje que o bombardeio militar da última quinta-feira foi executado "com uso excessivo da força", chamando o ataque de "massacre". Segundo depoimentos de sobreviventes, os militares dispararam contra pessoas que pediam ajuda.

A guerrilha pede que os corpos das vítimas desses ataques sejam analisados por legistas estrangeiros, sob supervisão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para garantir a elaboração de um relatório de confiança sobre as circunstâncias da morte.

Na declaração de hoje, as Farc afirmaram que "o destino da Colômbia não pode ser a guerra", defendendo o restabelecimento da confiança entre as partes e a retomada do processo de paz.

"Temos que sair desta turbulência para entregar o povo colombiano um horizonte que nos permita chegar ao acordo final", afirmou o chefe da equipe de negociação de paz, acrescentando que os avanços conquistados em Havana não podem ser descartados.

As Farc divulgaram essa declaração antes de uma nova rodada de diálogo com o governo colombiano, dando sequência ao processo que começou no final de 2012.

EFE   
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