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América Latina

Mujica diz que Néstor Kirchner era "difícil" em entrevista

7 abr 2013 - 10h07
(atualizado às 10h26)
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José Mujica participou de debate com Lula em Montevidéu na quinta-feira (4)
José Mujica participou de debate com Lula em Montevidéu na quinta-feira (4)
Foto: EFE

O presidente do Uruguai, José Mujica, classificou de "bastante difícil" o ex-presidente Néstor Kirchner em entrevista divulgada neste final de semana e que reativa a polêmica após ter se referido ao antigo líder argentino de "caolho" na quinta-feira.

Na primeira edição de um novo jornal chamado Lento, publicada neste final de semana, aparece uma entrevista com Mujica realizada em 18 de março na qual o governante faz uma reflexão sobre as dificuldades na relação bilateral com a Argetina.

Os comentários com relação a Kirchner aparecem quando fala da possibilidade de seu antecessor e correligionário no globo esquerdista Frente Ampla (FA) Tabaré Vázquez (2005-2010) ser reeleito presidente do Uruguai nas eleições de 2014.

"Ele não teve problemas com a Argentina, teve problemas com o caolho Kirchner, que era bastante difícil. Deus o tenha na glória", disse Mujica.

Fontes do jornal consultadas pela Agência Efe afirmaram que as palavras de Mujica devem ser intepretadas "em um contexto mais geral".

"É preciso contextualizar a nota, mas há um barulho muito exagerado aproveitando o que disse outro dia", afirmaram.

A citada polêmica explodiu na quinta-feira, depois que um microfone ligado captou uma declaração do presidente do Uruguai na qual assegurava "que esta velha (Cristina) é pior que o caolho. O caolho era mais político. Esta é obstinada".

Nas declarações ao Lento, realizadas três semanas antes da polêmica do microfone, o líder ressalta, além disso, aspectos positivos da gestão de Kirchner e apela às boas relações entre ambos os países vizinhos.

"Para o Uruguai é importante estar bem com os vizinhos. Há coisas que podemos discutir, mas Cristina há sete anos vem dizendo que a Argentina explode, e a verdade é que não explode. É obstinada", acrescentou o líder respeito à nação vizinha.

Os comentários da quinta-feira chegaram até o outro lado do Rio da Prata, onde explodiu a polêmica e também a festa entre os opositores de Cristina Kirchner e seu marido e antecessor.

Na própria quinta-feira, a Chancelaria argentina lamentou em comunicado essas expressões do líder uruguaio, que considerou como "inaceitáveis", e advertiu que Cristina não vai dizer nada a respeito.

Já na sexta-feira, em seu espaço semanal no rádio (M24), Mujica realizou uma reflexão sobre as origens do Uruguai como nação e sua complexa vinculação com a Argentina para mandar uma mensagem ao vizinho país. "Apesar da história ter nos separado, nada nem ninguém pode apagar nossa história".

O Uruguai tem que "andar bem com a humanidade, mas em primeiro termo, com os povos que nasceram na primeira matriz", acrescentou ao recordar diferentes passagens da Independência uruguaia.

EFE   
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