Mujica diz que América Latina precisa de presença "guerreira" de Kirchner
O presidente do Uruguai, José Mujica, desejou nesta terça-feira uma "pronta recuperação" à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, operada na manhã de hoje para drenar um hematoma craniano, e destacou que a América Latina "precisa de sua presença guerreira e militante".
"Esperamos que possa se recuperar com rapidez porque a Argentina, e a América Latina em geral, precisam de sua presença lutadora e militante", disse Mujica em uma rádio pública de Montevidéu.
O presidente do Uruguai acrescentou que espera que "o vasto mundo cristão rogue pela saúde da governante". E que "um governo pode ser bom, pode ser regular, mas o pior que nos possa acontecer a qualquer país é não ter governo". "Espero que a sociedade argentina tenha a paciência necessária para esperar a recuperação de Cristina", assinalou Mujica.
Polêmica entre vizinhos
Os governos do Uruguai e da Argentina estão imersos desde a semana passada em uma nova polêmica após a decisão de Mujica de permitir ampliação da produção da fábrica de celulose da finlandesa UPM (ex-Botnia) em 1,1 a 1,2 milhões de toneladas ao ano.
Como reação, a administração de Cristina Kirchner anunciou a interposição de um recurso frente à Corte Internacional de Justiça de Haia, onde já foi celebrado um julgamento pelo mesmo caso. As autoridades argentinas e grupos de moradores da cidade argentina de Gualeguaychú, no litoral em frente a onde fica a usina, rejeitam a empresa porque a acusam de poluir a região.
A construção da fábrica, em meados da década passada e com um investimento de US$ 1,8 bilhão, a maior na história uruguaia, motivou o pior conflito em décadas entre os governos. Grupos de ambientalistas argentinos bloquearam durante mais de três anos a principal ponte entre os países como forma de protesto contra a fábrica.
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