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América Latina

Mujica condiciona legalização da maconha ao apoio popular

12 jul 2012 - 11h36
(atualizado às 12h05)
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O presidente do Uruguai, José Mujica, declarou que a legalização da venda da maconha, um projeto que seu governo articula com intenção de fragilizar a ação do trafico, só será implementada se a maioria dos uruguaios concordarem, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.

José Mujica disse que a legalização da venda da maconha dependerá da aprovação popular
José Mujica disse que a legalização da venda da maconha dependerá da aprovação popular
Foto: AFP

Ao fazer referência ao projeto de lei, o chefe de Estado, em declarações a jornalistas no departamento de Soriano, disse que "se 60% do país não respaldar, essa medida será renunciada". Segundo Mujica, "o objetivo" é fazer com que "o país inteiro discuta de maneira ampla e profunda essa iniciativa".

No último dia 20 de junho, o governo uruguaio anunciou sua vontade de legalizar a venda de maconha como forma de combater o narcotráfico. Segundo dados oficiais, o Uruguai possui cerca de 150 mil consumidores de maconha, a maioria jovem. Por causa da ilegalidade, alguns deles acabam se aproximando da cocaína, que possui um poder de dependência muito maior e é apontada como a principal responsável pelo aumento da criminalidade.

Além da legalização da venda, o governo uruguaio pretende fazer um controle dos consumidores de maconha e, se necessário, encaminhar os usuários aos centros de reabilitação.

No Uruguai, o consumo da maconha não é considerado crime, mas sua produção e comercialização são.

A iniciativa da legalização da venda da maconha gerou grande polêmica no país e no próprio governo, já que a coalizão governista de esquerda Frente Ampla (FA) não se mostrou a favor.

Entre os políticos que se opõem à medida está o vice-ministro do Interior, Jorge Vázquez, que é ex-diretor da Junta Nacional de Drogas e irmão do ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez (2005-2010). Vázquez também aparece como o possível candidato do FA à presidência nas eleições de 2014.

EFE   
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