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América Latina

Mortes por suspeita de gripe suína chegam a 103, anuncia México

27 abr 2009 - 00h34
(atualizado às 09h15)
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Autoridades de todo o mundo estão implementando medidas para tentar conter o avanço do vírus da gripe suína, que já teve casos confirmados de contágio humano no México, nos Estados Unidos, Canadá e Espanha.

Casal chega ao centro de doenças repiratórias na capital mexicana
Casal chega ao centro de doenças repiratórias na capital mexicana
Foto: AP

No México, onde se originou o primeiro foco de contágios, acredita-se que 103 pessoas já morreram em consequência do vírus, segundo o ministro da Saúde do país, José Ángel Córdova.

Segundo as autoridades mexicanas, já são 1.614 o total de casos suspeitos de contágio pelo vírus da gripe suína. Muitas dessas pessoas já se recuperaram.

Os Estados Unidos, que confirmaram 20 casos de contaminação pelo vírus, declararam um estado de emergência sanitária.

Também já há casos confirmados de contaminação no Canadá, e casos suspeitos estão sendo investigados em Israel e na Nova Zelândia.

No Brasil, o Ministério da Saúde anunciou neste domingo que "não há evidências de circulação do vírus da influenza suína em humanos no Brasil".

No sábado, o ministério também informou sobre a ativação do Gabinete Permanente de Emergência, formado por representantes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Em nota, o ministério informou que esse grupo se reunirá diariamente em Brasília para acompanhar a evolução epidemiológica da situação e indicar as medidas adequadas ao país. O governo também intensificou o monitoramento em aeroportos.

Pandemia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que o vírus tem o potencial de provocar uma pandemia, mas disse que o mundo está hoje mais bem preparado do que nunca para lidar com a ameaça.

Em muitos países, estoques de medicamentos antivirais estão sendo preparados e passageiros provenientes de áreas atingidas têm sido avaliados nos aeroportos para identificar possíveis sintomas da gripe suína.

A OMS está pedindo a todos os países que aumentem a vigilância para identificar possíveis focos de gripe com sintomas semelhantes aos de pneumonia entre suas populações, particularmente entre jovens adultos saudáveis, uma característica de outras pandemias no passado.

Ainda não existe uma vacina para a nova variante de gripe, mas os casos mais graves estão sendo tratados com medicamentos antivirais.

Mutações

Falando em Genebra, um especialista da OMS afirmou que o vírus da gripe suína pode sofrer mutações e se transformar em uma doença mais perigosa, mas acrescentou que são necessárias mais informações antes de aumentar o nível de alerta de pandemias.

Segundo a correspondente da BBC em Genebra, Imogen Foulkes, a OMS vem se preparando para uma pandemia de gripe desde os casos de Sars e gripe aviária dos últimos anos.

Mas, de acordo com a correspondente, a organização admite que a situação atual ainda não está totalmente clara. Apenas parte dos casos do México já foram confirmados em laboratório como de gripe suína.

E nos Estados Unidos os casos confirmados apresentaram sintomas mais leves. Os especialistas querem saber a razão de algumas pessoas ficarem gravemente doentes enquanto outras apresentam apenas sintomas mais leves de gripe.

A variante H1N1 é a mesma que causa surtos de gripes normais em humanos. Mas esta nova versão tem material genético de versões da gripe que geralmente afetam porcos e aves.

O vírus respiratório, que infecta porcos, mas apenas infecta humanos esporadicamente, é transmitido principalmente pela tosse e espirros.

Foulkes afirma que os especialistas da OMS voltarão a se reunir na terça-feira para discutir se vão aumentar o nível de alerta internacional.

México

No México, a população se sente cada vez mais no centro de uma crise de saúde global.

Na capital, Cidade do México, as ruas estão quase desertas, e muitas das pessoas que se aventuram a sair de suas casas usam máscaras cirúrgicas para tentar evitar o contágio.

Muitos restaurantes e até mesmo igrejas fecharam suas portas, seguindo a ordem do governo que proibiu grandes aglomerações de pessoas.

As escolas na capital e ao redor da Cidade do México também ficarão fechadas até o dia 6 de maio, numa tentativa de conter a propagação do vírus.

O presidente mexicano, Felipe Calderón, anunciou medidas de emergência para lidar com a situação, como poderes especiais para isolar pessoas com suspeita da doença.

Calderón procurou acalmar a população afirmando que, apesar da gravidade da situação, não há razão para pânico.

O Banco Mundial anunciou um empréstimo de mais de US$ 200 milhões para ajudar o México a combater a doença.

Fonte: Redação Terra
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