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Morte de Hugo Chávez

Permanência da Venezuela no Mercosul 'só depende de seus cidadãos'

6 mar 2013 - 12h46
(atualizado às 14h12)
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O governo do Uruguai, que exerce a presidência pró témpore do Mercosul, informou nesta quarta-feira à Agência Efe que, após a morte do presidente Hugo Chávez, dependerá apenas do povo da Venezuela que esse país continue a fazer parte do bloco formado também por Brasil, Argentina e Paraguai (temporariamente suspenso).

"Para nós, a entrada da Venezuela é legítima e irreversível. Sua permanência dependerá somente da vontade dos venezuelanos", afirmou Roberto Conde, chanceler uruguaio interino devido à ausência do ministro Luis Almagro, que viajou à Venezuela para comparecer ao sepultamento de Chávez, falecido ontem.

Conde, que é o vice-ministro de Relações Exteriores de seu país, lembrou que os Estados-membros do bloco fizeram "reiteradas declarações sobre a importância da permanência da Venezuela no Mercosul".

Ele esclareceu também que ainda não há uma data confirmada para a cúpula presidencial semestral na qual o Uruguai deverá entregar este ano a titularidade temporária do grupo à Venezuela, que a assumirá pela primeira vez, mas o governo uruguaio propôs para 28 de junho ou 5 de julho.

No debate para definir o dia em que será realizada a reunião multilateral, para a qual foi convidada Cuba e na qual poderia haver avanços sobre a potencial entrada da Bolívia, atualmente na condição de Estado associado, entra agora em jogo também a situação interna da Venezuela, admitiu Conde.

"É preciso ver agora qual vai ser o calendário eleitoral na Venezuela, um elemento novo que teremos que levar em conta", disse.

Questionado sobre a possibilidade de que o partido governista venezuelano não ganhe o pleito, o vice-chanceler disse não poder responder em nome do governo uruguaio, mas sim a título pessoal, como "velho dirigente socialista que conhece muito bem a realidade interna venezuelana".

"Minha resposta pessoal é que estamos esperando uma confirmação do processo bolivariano. Não esperamos enfrentar mudanças dramáticas como, por exemplo, uma deserção da Venezuela do Mercosul", declarou.

Conheça trajetória do irreverente e polêmico Hugo Chávez:

Na opinião de Conde, "só um cenário no qual a oposição venezuelana pudesse ganhar por uma contundente maioria poderia reverter esse processo".

Além disso, o vice-ministro ratificou a legitimidade da postura de Argentina, Brasil e Uruguai no processo que permitiu em 2012 a entrada venezuelana no Mercosul, produto da suspensão temporária do Paraguai no mesmo ano.

"Para nós, o Paraguai (um dos quatro fundadores do grupo em 1991) não estava em exercício de seu direito de voto quando foi resolvida a entrada da Venezuela", declarou.

A aceitação da Venezuela como membro pleno do bloco estava travada há anos pelo Parlamento paraguaio, que se negava a ratificá-la.

O Paraguai foi suspenso devido ao impeachment do presidente Fernando Lugo em um julgamento político no Congresso paraguaio que seus parceiros no Mercosul qualificaram como "golpe de Estado parlamentar".

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/hugo-chavez/iframe.htm" href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/hugo-chavez/iframe.htm">veja o infográfico</a>
EFE   
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