PUBLICIDADE

América Latina

Morales não quer ser "escravo" dos EUA, diz vice-presidente

4 jan 2010 - 17h00
(atualizado às 17h03)
Compartilhar

O governo do presidente boliviano, Evo Morales, afirmou nesta segunda que o país quer desenvolver relações com "a potência e o mercado mais importante do mundo", ao falar dos Estados Unidos, mas não em troca de se transformar em "escravos".

O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, expressou tal posição em entrevista à rádio Erbol na qual também sustentou que seu país foi no passado o "mais subordinado" ao Governo americano na América Latina.

"Não queremos mercado em troca de que nos digam quem deve ser o ministro, não queremos preferências tarifárias em troca de que nos digam qual deve ser nossa política econômica, porque seríamos escravos, seríamos outra vez uma colônia, um governo servil", disse.

García Linera apontou que "mesas de trabalho" estão em andamento para tentar alcançar um acordo para melhorar as relações.

No entanto, segundo o vice-presidente boliviano, "as chantagens e as pressões para que não sejamos radicais, não tenhamos certos amigos, não sigamos por um caminho de soberania, continuam" no Governo de Washington.

"Quando aprenderem a reconhecer que o mundo é uma comunidade de Estados soberanos, que assumem a interdependência de maneira voluntária, teremos excelentes relações com os EUA", acrescentou García Linera.

Os vínculos entre os Governos de La Paz e de Washington ficaram praticamente congelados desde setembro de 2008, quando houve uma expulsão mútua de embaixadores.

A tensão entre os dois países também teve consequências no âmbito comercial. O Governo de Obama manteve a decisão de seu antecessor, George W. Bush, de deixar a Bolívia de fora dos benefícios do programa de preferências tarifárias andinas (ATPDEA).

O argumento de Washington foi de que a Bolívia não ajuda o suficiente na luta contra o narcotráfico, depois que Morales expulsou a agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA) da Bolívia sob a acusação de envolvimento em atos subversivos.

EFE   
Compartilhar
Publicidade