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América Latina

Ministro colombiano diz que guerrilheiros das Farc estão se desmobilizando

6 nov 2012 - 19h40
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O ministro de Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, disse nesta terça-feira que em 2012 foram desmobilizados cerca de mil guerrilheiros, "incluindo líderes das Farc" que estavam na organização há 20 anos.

Pizón, que participou da 81ª Assembleia Mundial da Interpol em Roma, assegurou que a "desmobilização é uma saída para os guerrilheiros" antes de um eventual acordo de paz.

Enquanto isso, nesta terça, começou em Havana a reunião técnica entre representantes do governo colombiano e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para preparar o diálogo formal de paz previsto para o próximo dia 15 de novembro, segundo confirmou à Agência Efe uma fonte do grupo guerrilheiro.

Em declarações aos meios de imprensa, o ministro acrescentou que os rebeldes "têm garantias no marco da lei 'Justiça e Paz' e em outras normas".

Além disso, o ministro disse que os combatentes das Farc dificilmente serão integrados ao Exército do país. "Temos uma das Forças Armadas mais profissionais no mundo, com os mais altos padrões de treinamento em todos os campos e é preciso seguir com essa profissionalização, já que são muito respeitadas em nível internacional e são próprias de uma democracia forte como a colombiana", argumentou.

Pizón disse que a Colômbia "passou de ser uma história triste e dolorosa nas décadas de 80 e 90, quando só se ouvia falar de carros-bomba das Farc. Hoje, essas organizações foram acabando graças às Forças Armadas".

Tudo isso, segundo o ministro, permite que a Colômbia tenha "uma experiência valiosa em matéria de segurança" e que está se transformando em um país "exportador de segurança, que procura contribuir com a paz e com a estabilidade global".

Quanto à abertura de negociações entre o governo de Juan Manuel Santos e as Farc em 18 de outubro para colocar um fim a meio século de conflito, ressaltou que "o presidente conta com todo o respaldo das Forças Armadas para avançar no acordo de paz".

"Um acordo é possível na medida em que haja seriedade e realismo, ou seja, que a outra parte entenda qual é sua realidade e que nunca alcançará pelas armas nenhum objetivo político", advertiu.

O ministro assegurou que as Farc estão muito mais debilitadas e que "não são nem 50% do que foram há uma década".

Quanto à possibilidade de que os guerrilheiros, uma vez desmobilizados, sejam integrados em redes do narcotráfico, o ministro da Defesa disse que "os guerrilheiros se dedicam ao narcotráfico há muitos anos, à mineração ilegal, aos sequestros e ao recrutamento de menores. É preciso acabar com os homicídios, o terrorismo e com tantas violações aos direitos humanos".

No final de agosto, após seis meses de conversas secretas em Cuba, o governo da Colômbia e as Farc assinaram o "Acordo Geral para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura".

EFE   
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