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América Latina

México busca pacto para que resultado eleitoral seja respeitado

26 jun 2012 - 00h59
(atualizado às 02h05)
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As autoridades eleitorais do México anunciaram nesta segunda-feira sua intenção de alcançar um compromisso por parte dos partidos políticos para que seja respeitado o resultado do pleito do próximo domingo.

O anúncio foi feito pelo presidente do Instituto Federal Eleitoral (IFE), Leonardo Valdés, a figura da qual depende que o México encerre esse processo eleitoral livre de polêmicas e conflitos sobre o resultado da votação.

Valdés disse aos jornalistas que o IFE está em contato com os coordenadores de campanha e líderes partidários para que os quatro candidatos presidenciais se apresentem nos próximos dias na sede do instituto eleitoral para assinar um "pacto de civilidade".

Nesse convênio, os aspirantes se comprometeriam a reconhecer os resultados oficiais das eleições e se pronunciariam contra qualquer ato de violência no processo eleitoral, particularmente no dia da votação.

"Nossa ideia é que no curso desta semana possamos fazer coincidir as agendas dos quatro candidatos presidenciais, dos sete presidenciáveis dos partidos políticos, para que venham ao IFE e para que organizações da sociedade civil testemunhem a assinatura do documento", explicou Valdés.

Desta forma, se pretende evitar o conflito que surgiu após as eleições presidenciais de 2006, nas quais Felipe Calderón venceu por 0,56% o aspirante esquerdista, Andrés Manuel López Obrador.

O candidato da esquerda, que não reconheceu o resultado oficial, foi às ruas com seus partidários, que bloquearam durante várias semanas pontos nevrálgicos da Cidade do México para reivindicar uma vitória que nunca foi confirmada pelas autoridades eleitorais.

Ao contrário de 2006, quando a eleição foi mais apertada, as pesquisas prévias ao pleito do próximo domingo indicam que o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto, conta com uma cômoda diferença, de cerca de 10%, sobre seu imediato perseguidor, López Obrador.

À espera da confirmação da assinatura desse documento, os candidatos presidenciais começaram a fechar suas campanhas em várias localidades do interior do país, antes do grande encerramento da quarta-feira.

Peña Nieto aproveitou para fazer uma chamada à unidade a fim de evitar as divisões que uma disputa democrática pode gerar. "Nesta competição democrática, viemos conhecendo a proposta de todos os candidatos e de seus partidos, e isso não pode nos dividir de nenhuma maneira. Não somos inimigos, somos adversários", sustentou durante um comício em Tuxtla Gutiérrez, no estado de Chiapas.

No entanto, Peña Nieto criticou o Governo de Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), e indiretamente a candidata desse agrupamento, Josefina Vázquez Mota, ao aludir aos principais motivos da insatisfação com a atual administração federal: pobreza, insegurança e falta de emprego.

"A única coisa que cresceu nos últimos quatro anos é o número de pobres: mais da metade dos mexicanos vive em condições de pobreza, e nesses quatro anos se somaram a essa condição mais 12 milhões de mexicanos", afirmou Peña Nieto.

Josefina, por sua vez, apelou para o apoio dos jovens em um comício no estado de Iucatã, apesar de ter reconhecido que "quase não resta tempo" para reverter a vantagem que Peña Nieto tem nas enquetes pré-eleitorais.

"Sei que sofreram muito durante este período de liderança do PRI. Sei que houve dívidas e frivolidade, que houve falta transparência e prestação de contas. Ajudem-me com seu voto para que eu seja a primeira mulher presidente do México", manifestou em um comício no município de Tizimín.

Já o coordenador da campanha de Josefina, Roberto Gil, acusou o PRI de entregar fundos de mais de 700 milhões de pesos (US$ 50 milhões) a organizadores da campanha de Peña Nieto, o que qualificou de "delinquência eleitoral organizada".

Em sentido parecido se pronunciou Andrés Manuel López Obrador, candidato de uma coalizão liderada pelo Partido da Revolução Democrática (PRD), que assegurou que o PRI "se dedicou a comprar lealdades, consciências e votos com recursos públicos dos estados que governa".

Em entrevista coletiva na Cidade do México, López Obrador declarou que o PRI "não distribuiria verbas, material para construção, denúncias, patos, frangos, porcos e até dinheiro aos eleitores" se Peña tivesse a certeza de que venceria as eleições.

EFE   
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