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América Latina

Melhora de Chávez aumenta expectativa de 'breve' regresso à Venezuela

26 jan 2013 - 23h01
(atualizado às 23h01)
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Convalescente em Cuba há 45 dias, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, superou a grave infecção respiratória que enfrentava desde que foi operado pela quarta vez para tratar um câncer. A recuperação, divulgada na noite deste sábado em comunicado emitido pelo governo, é vista como um sinal de que o regresso do líder ao país pode estar mais próximo.

Apoiadores de Chávez estampavam cartazes com a imagem do presidente neste sábado, em Caracas
Apoiadores de Chávez estampavam cartazes com a imagem do presidente neste sábado, em Caracas
Foto: Reuters

Segundo o comunicado, Chávez ainda sofre de insuficiência respiratória, que está sendo combatida com tratamento médico, porém sua evolução clínica é "favorável", de forma geral.

As complicações ocasionadas depois da cirurgia impediram que Chávez fosse empossado por seu segundo mandato, levando a Suprema Corte venezuelana a estender, indefinidamente, a data da posse.

A prolongada ausência do mandatário abriu um cenário de incertezas sobre seu regresso à vida política e tensão quanto ao futuro da Presidência do país. Mas nos últimos dias cresceu entre os membros de seu gabinete um clima de otimismo quanto às expectativas de que ele retorne ao país em algumas semanas.

A eventual volta do líder deverá encerrar o debate sobre suas condições de permanecer ou não à frente da Venezuela. Ao retornar a Caracas, será ele quem deverá optar se continua, ou não, no poder. Caso decida retirar-se da vida pública em consequência da gravidade de seu estado de saúde, novas eleições devem ser convocadas num prazo de 30 dias a partir da decisão.

O anúncio também representa uma nova etapa clínica. Superada a pior fase da recuperação desde que foi operado, o governo indicou que somente agora Chávez entrará em um tratamento específico de combate ao câncer- que pode incluir quimioterapia.

"Alcançada esta evolução, se começou a aplicar tratamento sistêmico para a enfermidade de base", afirmou o ministro de Comunicação, Ernesto Villegas, em comunicado transmitido por cadeia nacional de rádio e TV.

'Milagre'

Na madrugada do sábado, o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, (que esteve reunido com Chávez em Havana), disse que Chávez está no "melhor momento" desde que foi operado. "(Chávez) se encontra no melhor momento que temos visto nesses momentos de luta e batalha", afirmou Maduro num pronunciamento transmitido por cadeia de rádio e TV pouco depois de retornar de Cuba.

O vice disse que o presidente venezuelano está otimista e que tanto ele como seus familiares e médicos acreditam que está ocorrendo um "milagre" em sua recuperação. "Ele (Chávez) está otimista e com muita fé (...) nos tratamentos médicos, apegado a Deus e à vida", afirmou Maduro.

Na véspera, no entanto, o chanceler Elias Jaua advertiu que apesar da melhora do presidente, a partir de agora virá "a batalha mais complexa e profunda da enfermidade".

Decisões, oposição e 'mito'

De acordo com o vice-presidente, Chávez tomou recentemente, a partir de Havana, decisões importantes no campo econômico e de política externa. Ainda não se sabe o alcance dessas decisões, mas de acordo com rumores, o governo poderia aplicar medidas de ajuste, incluindo a desvalorização da moeda.

A oposição se diz insatisfeita com as informações relacionadas com o estado de saúde do presidente e tem exigido que o governo apresente uma "prova de vida". Desde que foi operado, em dezembro, Chávez não é visto ou ouvido em público.

Enquanto permanece a incerteza sobre a data de regresso do presidente, o governo capitaliza sua ausência numa forte campanha que tem fortalecido a figura do "mito".

Neste sábado, a juventude do partido governista PSUV reuniu mais de 2,5 mil jovens para formar, reunidos, uma espécie de mosaico onde se lia a frase "Chávez te amamos".

Nas ruas da capital, novos outdoors com imagens de Chávez são acompanhados de frases como: "De tuas mãos brotam chuva de vida. Te amamos".

Fonte: Terra
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