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América Latina

Argentinos mal conhecem candidatos que disputarão primárias

Pesquisa mostrou que 58% dos entrevistados não conseguiram nomear mais de dois candidatos a presidente, entre eles os que lideram as pesquisas

4 ago 2015 - 15h11
(atualizado às 16h58)
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Daniel Scioli, Mauricio Macri e Sérgio Massa, principais candidatos que disputarão as primárias, neste domingo
Daniel Scioli, Mauricio Macri e Sérgio Massa, principais candidatos que disputarão as primárias, neste domingo
Foto: Twitter / Reprodução

Os argentinos escolherão nas primárias do domingo seus candidatos para a eleição presidencial de outubro, mas a maioria dos eleitores desconhece quem está na disputa, e uma parte significativa acredita que a presidente Cristina Kirchner é candidata a alguma coisa.

São 13 chapas que disputam as primárias por nove partidos, mas apenas quatro em cada 10 argentinos conseguem nomear três ou mais candidatos que concorrerão à primária de 9 de agosto, revelou uma pesquisa do Centro de Opinião Pública da Universidade de Belgrano (Copub), que evidenciou também a dificuldade dos eleitores de identificar os candidatos a vice-presidente das principais chapas.

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"Evidentemente, as pessoas têm uma agenda de temas que não é a agenda da política; e os políticos, a imprensa e os analistas pensam que estão todos focados nas eleições, e é evidente que têm outras coisas no cabeça", disse à Agência Efe o diretor do Copub, Orlando D'Adamo.

A pesquisa mostrou que 58% dos entrevistados não conseguiram nomear mais de dois candidatos a presidente, entre eles os que lideram as pesquisas, o governista Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires, e o conservador Mauricio Macri, atual prefeito da capital argentina.

Seis em cada dez entrevistados também não sabia que Carlos Zannini, candidato a vice de Scioli e braço direito da presidente Cristina Kirchner, é o atual secretário de Justiça e Técnica da presidência.

Os entrevistados também não mostraram ter conhecimento melhor sobre quem integra as chapas opositoras, como a de Macri, do Proposta Republicana (Pró) com a senadora Gabriela Michetti; ou a de Sergio Massa, líder da Frente Renovador e ex-chefe de Gabinete de Cristina, que tem como vice o prefeito eleito da cidade de Salta, Gustavo Sáenz.

"Os vices não são muito conhecidos, como no caso de Massa ou dos partidos mais jovens. São pessoas de baixo perfil. Também, o povo não está informado e a imagem dos vices na Argentina é a de alguém que não é muito importante.

Isto não nos surpreendeu tanto, estávamos imaginando, assim como o desconhecimento de Zannini como secretário de Legal e Técnica", apontou D'Adamo.

Na reta final da campanha, a presença dos candidatos na rádio e a televisão, que verdadeiramente saturam as espaços publicitários, podem ajudar um pouco a aumentar o conhecimento entre os eleitores sobre quem são os pré-candidatos.

"Os spots sempre ajudam a consolidar candidaturas, sobretudo nas primárias. Há muitas publicidades de imagem e pouca de propostas. Mas é arrasadora a porcentagem de desconhecimento", afirmou o analista.

Para D'Adamo, os avisos ajudam a divulgar os candidatos de menor exposição, como os dos pequenos partidos de esquerda ou o perfil da candidata da frente de centro-esquerda Gene, a deputada Margarita Stolbizer.

"Mas se os três principais candidatos, que há um ano falam que vão ser candidatos, precisam de publicidade duas semanas antes das primárias, temos um problema", alertou.

Não se trata só de desconhecimento sobre os candidatos presidenciais. A pesquisa revelou que 63% dos entrevistados não sabe se Máximo Kirchner, filho de Cristina e do falecido ex-presidente Néstor Kirchner, busca um cargo para as próximas eleições.

Dos 37% que sabem, mais da metade não soube dizer a qual cargo. Máximo, filho mais velho de Cristina e Néstor e fundador do partido kirchnerista La Cámpora, lidera a lista a deputados pela província de Santa Cruz.

Além disso, 27% acham, equivocadamente, que a presidente concorrerá a algum cargo eletivo e um percentual semelhante disse não saber se Cristina é candidata.

"Houve um momento em que disseram que se candidataria a senadora ou ao Parlasur (o parlamento do Mercosul), mas quem não acompanha o dia a dia, não segue a informação para ver ver o que aconteceu não sabe. Certamente essa gente escutou um dia que Cristina seria candidata a algo e ficou com essa lembrança", explicou D'Adamo.

Além disso, para ele a "onipresença" da presidente nos meios de comunicação através da cadeia nacional de rádio e televisão "ajuda a confundir o que as pessoas pensam sobre ela ser candidata".

"Acho que é desinformação. Nós que acompanhamos a política todos os dias sabemos dessas coisas, o povo não", alfinetou o analista.

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EFE   
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