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América Latina

Maduro anuncia prisão de três generais da aeronáutica

O líder venezuelano declarou que os generais detidos têm "vínculos diretos com setores da oposição" e que diziam que esta "era a semana decisiva"

25 mar 2014 - 15h47
(atualizado às 17h42)
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<p>Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, fala durante uma coletiva de imprensa no Palácio Miraflores, em Caracas, em 14 de março</p>
Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, fala durante uma coletiva de imprensa no Palácio Miraflores, em Caracas, em 14 de março
Foto: Reuters

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira a prisão de três generais da aeronáutica que pretendiam "incitar a revolta" da força aérea contra o governo.

"Na noite de ontem capturamos três generais da aeronáutica que estávamos investigando graças à poderosa moral de nossa Força Aérea Nacional Bolivariana", disse Maduro no início de uma reunião de chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

"Três generais que pretendiam sublevar a Força Aérea contra o governo legitimamente constituído, todos estão às ordens dos tribunais militares", acrescentou.

Maduro afirmou ainda que os militares foram descobertos graças à "consciência dos oficiais", dos mais jovens e dos menos jovens. "Todos, todos vieram alarmados denunciar que estavam convocando um golpe de Estado", explicou.

O líder venezuelano declarou que os generais detidos têm "vínculos diretos com setores da oposição" e que diziam que esta "era a semana decisiva".

Maduro fez sua declaração diante dos chanceleres de uma missão de Unasul que chegou nesta terça-feira ao país para "acompanhar, apoiar e assessorar" o diálogo político lançado pelo governo venezuelano para superar o clima de crise pelos protestos contra o país.

Entre os chanceleres estava o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, assim como o secretário de Unasul, o venezuelano Alí Rodríguez.

Maduro insistiu que seu país está sob um "golpe de Estado contínuo", advertiu os chanceleres que as forças "militares, sociais e políticas" venezuelanas combatem e combaterão unidas os opositores de seu governo "no cenário que for preciso" e louvou que a Unasul participe "em apoio à democracia" na Venezuela.

"Para nós é muito importante que a Unasul novamente tenha se ativado para acompanhar o processo de defesa da democracia em um de nossos países", como já fez quando "se pretendeu derrubar" o presidente equatoriano, Rafael Correa, e o da Bolívia, Evo Morales.

<p>Durante reunião com lideranças da Unasul,  Maduro voltou a dizer que a Venezuela está sob um "golpe de Estado contínuo"</p>
Durante reunião com lideranças da Unasul, Maduro voltou a dizer que a Venezuela está sob um "golpe de Estado contínuo"
Foto: Reuters

"Não houve vacilações" e com isso "a Unasul demonstra sua capacidade para atender os conflitos políticos, sua sabedoria para acompanhar-nos, para nos ajudar entre irmãos", manifestou.

Nesse sentido, o presidente venezuelano também pediu à Unasul que "apoie" à Comissão da Verdade formada há uma semana pela Assembleia Nacional de seu país para investigar "todos os eventos deste golpe de Estado contínuo".

Nesta instância se estabelecerá "a verdade verdadeira de cada um dos incidentes de violência que enfrentamos" e que, segundo disse, somam exatamente 16.270 "fatos violentos" em um mês e meio.

A Venezuela vive desde o dia 12 de fevereiro uma onda de protestos com um balanço de 35 mortos, centenas de feridos e quase dois milhares de detidos, a maior parte já em liberdade graças a medidas cautelares.

EFE   
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