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América Latina

Líder das Farc anuncia que ações aumentarão em 2011

8 jan 2011 - 02h33
(atualizado às 02h58)
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O chefe máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Guillermo León Sáenz, conhecido como "Alfonso Cano", anunciou que em 2011 multiplicarão as "ações em todos os sentidos" e pediu especial atenção aos projetos de restituição de terras e de reparação de vítimas que tramitam no Congresso colombiano.

A mensagem de saudação por ocasião do início do ano foi divulgada através de um vídeo postado nesta sexta-feira no site Anncol, que publica material da guerrilha. "Em 2011, redobraremos as atividades em todos os sentidos, seguindo nossas convicções, os cuidados impostos pela experiência e o incentivo de todos os que já morreram", assinalou Cano no vídeo de quase 13 minutos no qual aparece lendo a mensagem em um moderno computar portátil.

O anúncio coincide com o ataque das Farc nesta sexta-feira em San Vicente do Caguán, no departamento de Caquetá, onde o grupo criminoso pretendia tomar um posto de Polícia, ação que deixou cinco guerrilheiros, três militares e um civil mortos.

Cano, que assumiu a chefia das Farc em maio de 2008, depois da morte de Pedro Antonio Marín, conhecido como "Manuel Marulanda" e "Tirofijo", assinalou que em 2011 a guerrilha será protagonista em todos os temas relevantes do país.

O líder guerrilheiro, que vestia um traje camuflado e estava em uma tenda de campanha, sustentou que os guerrilheiros não deixarão "um só instante de lutar pela solução política do conflito", porque, segundo manifestou, amam a paz.

Cano assegurou, no entanto, que enquanto todos os atores não chegarem ao caminho da reconciliação e da paz, as Farc continuarão "desenvolvendo a guerra de guerrilhas".

Ao se referir ao caos provocado pelas chuvas, o líder indicou que o desastre e as vítimas são consequência da má administração do Governo. Também assinalou que os danos deixados pelas chuvas são consequência da prospecção inclemente e desmedida dos recursos naturais por parte de capitalistas estrangeiros.

Cano pediu ainda especial atenção aos projetos de restituição de terras e reparação de vítimas, que tramitam no Congresso colombiano, pois, segundo ele, se forem tratados "com seriedade podem contribuir para solução do conflito".

O líder guerrilheiro indicou que é "inadiável" a devolução da terra aos seus verdadeiros donos, ou seja, aos colonos, aos camponeses, às comunidades negras e indígenas.

Em dezembro, a Câmara de Representantes da Colômbia aprovou a Lei de Vítimas, que procura atender e reparar mais de quatro milhões de afetados pelo conflito armado, sem discriminar se os causadores foram guerrilhas, paramilitares ou agentes do Estado. A iniciativa agora será analisada no Senado.

EFE   
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