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América Latina

Keiko Fujimori tenta superar pesada herança do sobrenome do pai preso

8 abr 2016 - 18h28
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Em sua segunda tentativa de chegar à presidência do Peru, a filha do ex-presidente Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, favorita nas pesquisas para vencer as eleições de domingo, tenta se distanciar da herança do governo de seu pai, preso por crimes de corrupção e violação aos direitos humanos.

Embora lidere há vários meses as pesquisas com mais de 30% das intenções de voto, Keiko Fujimori, de 40 anos, não conseguiu na reta final da campanha subir o suficiente para evitar um segundo turno, que está previsto para junho.

Ciente de que perdeu o segundo turno das eleições de 2011 para o atual presidente Ollanta Humala devido ao peso do antifujimorismo na ocasião, Keiko, filha mais velha de Alberto Fujimori e que está há quatro anos em campanha, iniciou uma guinada rumo ao centro e renovou seu discurso.

Com mais de 20 anos de experiência política nas costas, desde que em 1994 se tornou, com apenas 19 anos, a primeira-dama mais jovem das Américas, após o divórcio de seus pais, Keiko tenta desconstruir sua fama de linha dura - herdada devido ao governo de seu pai -, com um permanente sorriso diante das perguntas mais incômodas.

Em uma tentativa de diminuir os votos antifujimoristas, Keiko, do partido Força Popular, chegou inclusive a reconhecer a importância da Comissão da Verdade e Reconciliação (CVR), que sempre foi muito questionada pela ala dura do fujimorismo, assim como os crimes que foram cometidos entre 1990 e 2000.

Keiko prometeu nesta campanha que não repetirá os erros do passado e será "firme e implacável" contra a corrupção, e assinalou que ela "sofreu e carregou uma carga muito grande por erros de terceiros e de outras pessoas".

Nesta campanha, a filha de Fujimori precisou enfrentar várias manifestações de coletivos que pediram ao Juizado Nacional de Eleições que a exclua do processo eleitoral por supostamente ter distribuído dinheiro e presentes durante sua campanha proselitista.

Keiko, que percorreu o país nos últimos meses, estudou da mesma forma que seus três irmãos no colégio privado Sagrados Corazones de la Recoleta, e depois continuou seus estudos nos Estados Unidos.

A agora candidata então combinou suas obrigações de primeira-dama com a carreira de Administração de Empresas na Universidade de Boston.

No ano 2000, quando seu pai renunciou por fax à presidência do Peru após um escândalo de corrupção, Keiko se dedicou a continuar seus estudos superiores nos Estados Unidos e fez um mestrado em Administração de Empresas na Universidade de Columbia.

O financiamento de seus estudos nos Estados Unidos é um tema polêmico no Peru, devido às denúncias de que foram supostamente pagos com fundos públicos, o que ela nega veementemente.

Keiko Fujimori assegurou que os estudos universitários dela e de seus irmãos na década de 1990 foram financiados com os ativos e bens de seus pais, Alberto Fujimori e Susana Higuchi, e da venda de uma propriedade de seu pai após seu divórcio.

Em 2006, Keiko foi eleita como deputada com a maior votação do país, mas seu trabalho no Congresso também foi alvo de críticas porque, em cinco anos de vida parlamentar, apresentou menos de 20 projetos de lei, dos quais apenas cinco foram aprovados.

Os adversários de Keiko também criticam sua falta de experiência profissional e o fato de que nos últimos anos, após deixar o Congresso em 2011, se centrou em liderar o Força Popular, primeira força de oposição no parlamento, e viajar por todo o país.

Keiko está casada com o americano Mark Vito Villanella, com quem tem duas filhas, Kyara Sofía e Kaori Marcela.

EFE   
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