PUBLICIDADE

América Latina

Panamá: justiça vai decidir sobre liberdade de tripulantes norte-coreanos

8 ago 2013 - 23h16
(atualizado em 9/8/2013 às 00h24)
Compartilhar
Exibir comentários

A liberdade dos 35 tripulantes da embarcação norte-coreana "Chong Chon Gang", capturada no Panamá em julho vindo de Cuba com armas de guerra não declaradas, está nas mãos da Corte Suprema de Justiça (CSJ) panamenha, informou nesta quinta-feira uma fonte oficial.

"Levamos para a Corte Suprema de Justiça os tripulantes para que eles (nesta máxima instância judicial) decidam a legalidade ou não da detenção preventiva" disse a jornalistas o fiscal anti-drogas do Ministério Público (MP), Javier Caraballo.

A ação foi encaminhada depois do pedido de habeas corpus para os 35 tripulantes do "Chong Chon Gang", e agora os magistrados do plenário da CSJ que vão decidir a situação jurídica dos detentos.

Os asiáticos foram acusados pelo Ministério Público do Panamá de "atentar contra a segurança coletiva" e se negaram a falar nos dois interrogatórios realizados.

Quanto à revista do navio, o fiscal revelou que até agora foram inspecionados 18 contêineres e encontrados seis veículos militares, incluindo centros de comando e suporte para radares para controle de fogo e de lançamento de mísseis.

Esta semana já haviam sido achadas dentro dos contêineres duas asas, duas caudas e motores de aviões Mig 21, suportes de deslocamento e peças para o disparo de mísseis.

Na semana passada, o Ministério panamenho de Relações Exteriores informou que a Cruz Vermelha Internacional constatou que as condições em que se encontram os norte-coreanos é "adequada" e que o Panamá "cumpriu com os compromissos internacionais que se aplicam nestes casos".

Os tripulantes estão detidos na antiga base aeronaval de Sherman em Colón, ao norte da capital, e têm acesso a televisores e áreas de entretenimento, disse à agência Efe o presidente da Cruz Vermelha panamenha, Jaime Fernández.

As autoridades panamenhas detiveram em julho a embarcação sob a suspeita inicial de tráfico de drogas, mas durante as inspeções foram achados equipamentos militares ocultos, explosivos e munições sob milhares de sacos de açúcar, a única mercadoria declarada para as autoridades.

Após a detenção da embarcação, as autoridades do governo cubano assumiram a propriedade das armas, e afirmaram que se trata de equipamento "obsoleto" e que as enviavam para a Coreia do Norte para serem reparadas e devolvidas.

Caraballo informou que já foram descarregados 75 % do açúcar e que seguirão trabalhando "fortemente" para retirar o restante em até uma semana.

O fiscal explicou que todo o equipamento militar achado no navio é submetido a uma "rigorosa cadeia de custódia e evidência" e levado para um lugar seguro para perícia.

O ministro da Segurança Pública do Panamá, José Raúl Mulino disse hoje que de terça até sexta da próxima semana especialistas do Conselho de Segurança das Nações Unidas inspecionarão no Panamá as armas achadas na embarcação norte-coreana. O Conselho de Segurança da ONU emitiu várias resoluções que proíbem a Coreia do Norte de importar ou exportar qualquer tipo de armamento.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade