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América Latina

Ex-ditador da Guatemala sentará no banco dos réus por genocídio

28 jan 2013 - 19h40
(atualizado às 21h04)
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Um juiz da Guatemala ordenou nesta segunda-feira, em uma decisão histórica, um processo contra o ex-general e ditador José Efraín Ríos Montt e seu antigo colaborador, o também general reformado José Mauricio Rodríguez, por genocídio e crimes contra a humanidade. Esta será a primeira vez que ex-altos cargos militares guatemaltecos, inclusive um antigo ditador, enfrentarão um julgamento por genocídio na Guatemala.

O ex-general e ditador José Efraín Ríos Montt responderá por genocídio e crimes contra a humanidade.
O ex-general e ditador José Efraín Ríos Montt responderá por genocídio e crimes contra a humanidade.
Foto: EFE

Na próxima quinta-feira vai acontecer a primeira audiência do julgamento, anunciou o juiz Miguel Ángel Gálvez. O juiz afirmou que existem suficientes indícios sobre a responsabilidade dos dois ex-generais pelo massacre de 1.771 indígenas ixiles pelas Forças Armadas entre março de 1982 e agosto de 1983.

Ríos Montt, 86 anos, governou a Guatemala durante esse período e será processado por ser o suposto autor intelectual dos massacres dos indígenas. Rodríguez, 67 anos e que ocupava então a segunda chefia do Estado-Maior, será processado por ter executado os planos militares incluídos na estratégia conhecida como "Terra Arrasada".

O juiz Gálvez decidiu que Ríos Montt continuará sob prisão domiciliar e que Rodríguez permanecerá recluso no Hospital Militar onde desde meados do ano passado está sendo tratado de uma doença desconhecida. Ríos Montt e Rodríguez, imóveis e em silêncio, escutaram com atenção a decisão judicial e depois se negaram a responder as perguntas dos jornalistas.

Este será o primeiro caso na história jurídica da Guatemala na qual um ex-chefe de Estado é levado perante a Justiça para responder pelas centenas de milhares de assassinatos cometidos pelo Exército durante a guerra interna de 36 anos que assolou o país entre 1960 e 1996. A guerra na Guatemala deixou 200 mil mortos, 45 mil desaparecidos, um milhão de deslocados internos, e milhares de viúvas e órfãos.

EFE   
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