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América Latina

Humala-Keiko poriam democracia peruana em jogo, diz Toledo

8 abr 2011 - 15h27
(atualizado às 15h40)
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O ex-presidente e candidato Alejandro Toledo disse na sexta-feira que a democracia peruana está em jogo se o nacionalista Ollanta Humala e a conservadora Keiko Fujimori, favoritos nas pesquisas, conseguirem no domingo passar ao segundo turno na eleição presidencial. No que analistas consideram como um ato desesperado, Toledo voltou a pedir aos outros candidatos que também disputam o pleito que reúnam-se para avaliar um plano dirigido a "preservar" a democracia frente a essas opções.

"Se os outros candidatos não querem conversar para evitar o salto no vazio, estão notificados (...) a democracia pode estar em risco no domingo se é que se dá um salto no vazio", disse Toledo a um canal de televisão local. "Espero que o Peru no domingo não seja colocado numa encruzilhada onde tenha que decidir entre Fujimori ou Ollanta, e como disse (o Prêmio Nobel de Literatura) Mario Vargas Llosa entre a Aids e o câncer", completou.

Humala, um militar aposentado que tem moderado seu discurso radical de esquerda, lidera as intenções de voto para as eleições de domingo, seguido por Fujimori, para disputar o segundo turno, em 5 de junho. Mas analistas afirmam, com cautela, que o pleito não está definido, especialmente num país onde os eleitores podem mudar sua decisão na hora da urna. "Nos custou muito chegar a estes 10 anos de democracia, ainda precária", afirmou Toledo, em referência à queda do governo do ex-presidente Alberto Fujimori, pai de Keiko, ao qual classifica como uma "ditadura". Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão sob acusação de violação dos direitos humanos.

Após as críticas, a candidata Keiko Fujimori se defendeu. "Digamos a verdade, a política de 'gotejamento' não funcionou, foi um fracasso", disse ela sobre o governo de Toledo entre 2001 e 2006. Já Humala pediu aos eleitores que não se deixem influenciar pelos que plantam temor sobre sua candidatura. "Tenho fé que a democracia saia fortalecida nestas eleições", disse.

O pedido de Toledo pela união contra Humala e Keiko Fujimori foi rejeitado pelo ex-ministro da Economia Pedro Pablo Kuczynski, o candidato que cresceu mais rápido nas pesquisas e que poderia surpreender nas eleições. "Que peçam a mim, o único dos três que está subindo, para me retirar, parece proposta indecente, e não me digam que não vou ganhar, porque vou ganhar de Ollanta Humala", disse Kuczynski a um canal de televisão.

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