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América Latina

Humala confirma vitória no Peru, mas deve haver 2º turno

10 abr 2011 - 21h07
(atualizado às 21h32)
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O nacionalista Ollanta Humala confirmou neste domingo ser o favorito para vencer as eleições presidenciais peruanas, segundo os primeiros resultados extraoficiais da votação, mas deverá disputar um segundo turno com um candidato que ainda não está definido. As primeiras pesquisas boca de urna, divulgadas por três institutos, apontaram que Humala ganhou as eleições com 31% dos votos.

Apesar de os números não serem oficiais, isto confirma que Humala deverá ir para o segundo turno com outro candidato, que de acordo com as pesquisas pode ser a congressista Keiko Fujimori ou o economista Pedro Pablo Kuczynski, visto que há um "empate técnico", com 21% e 19%, respectivamente. Os números divulgados também concedem ao ex-presidente Alejandro Toledo 16% dos votos e ao ex-prefeito de Lima Luis Castañeda 10%, o que os deixa mais distantes da possibilidade de ir para o segundo turno.

Ao comentar os resultados, o diretor da empresa Ipsos Apoyo, Alfredo Torres, afirmou que as pesquisas boca de urna são realizadas com entrevistas aos eleitores na saída dos colégios eleitorais e têm uma margem de erro de três pontos percentuais. Todos os candidatos pediram comedimento e declararam que esperarão a divulgação dos primeiros números oficiais, marcada para as 22h do horário de Brasília, para se pronunciarem.

No entanto, o candidato a vice-presidente de Toledo, Carlos Bruce, declarou que o eventual segundo turno entre Humala e Fujimori "põe o país em uma situação muito difícil", mas "é o que o povo decidiu". "O (ex-) presidente Toledo recebeu com tranquilidade estes resultados, ele é muito forte, é um lutador, e vai continuar trabalhando pelo Peru", disse Bruce aos jornalistas.

O também candidato ao Congresso acrescentou que "estes primeiros resultados refletem uma tendência, mas não são definitivos", motivo pelo qual Toledo vai esperar os resultados oficiais do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) antes de dar uma declaração mais extensa sobre a votação. Kuczynski considerou, por sua vez, que existe um "empate técnico" com Keiko Fujimori que é "totalmente contornável" quando forem divulgados os resultados oficiais. "A única coisa que importa é a apuração", disse o candidato, para depois acrescentar que há outras pesquisas, que não foram divulgadas pelos meios de comunicação e lhe atribuem "um ponto a mais".

Outro dos candidatos presidenciais, o ex-prefeito de Lima Luis Castañeda, reconheceu sua derrota e agradeceu a seus filhos por terem apoiado ativamente sua campanha. "Entendo suas reações (de tristeza) e me orgulho muitíssimo porque se entregaram com devoção", disse Castañeda diante das lágrimas derramadas por um de seus filhos na frente das câmeras de televisão. A votação deste domingo também colocou a aliança nacionalista Gana Perú, de Humala, como a eventual primeira força do país, embora sempre em minoria, no Congresso da República.

Segundo a empresa Ipsos Apoyo, o Gana Perú obteria 41 das 130 cadeiras (24,5%) que o Legislativo peruano terá no período 2011-2016. Depois da bancada nacionalista estaria a fujimorista Fuerza 2011, com 35 cadeiras (21,6%); Perú Posible, do ex-presidente Alejandro Toledo, com 22 legisladores (16%), e Alianza por el Gran Cambio, do economista Pedro Pablo Kuczynski, com 17 (14,5%). Os resultados dariam 7 cadeiras (10,7%) à Solidaridad Nacional, do ex-prefeito de Lima Luis Castañeda, e 4 (6,5 %) ao governista Partido Aprista Peruano, que supera por pouco a barreira mínima de 5% para entrar no Parlamento.

As eleições peruanas, das quais participaram mais de 19,9 milhões de pessoas, foram realizadas neste domingo em um ambiente de tranquilidade que foi destacado, também, pela missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA).

EFE   
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