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América Latina

Hillary vê recuo de críticas aos EUA na América Latina

1 mar 2010 - 19h46
(atualizado às 21h19)
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A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, defendeu na segunda-feira a política do governo Obama para a América Latina, dizendo que ela ajudou a resolver crises em Honduras e no Haiti e esvaziou as críticas lançadas por líderes esquerdistas da região contra os EUA.

Cristina Kirchner (dir.) recebe Hillary Clinton na Casa Rosada, em Buenos Aires
Cristina Kirchner (dir.) recebe Hillary Clinton na Casa Rosada, em Buenos Aires
Foto: AP

Falando a jornalistas no primeiro dos cinco dias de visita à América Latina, que incluirá passagens pelo Brasil e pelo Chile, Hillary disse que os Estados Unidos estabeleceram "uma firme fundação" nas relações com muitos dos seus vizinhos do sul.

"Os vários líderes no hemisfério que têm atirado contra os Estados Unidos não estão mais encontrando tanta plateia, e acho que isso mostra que a forma como estamos lidando com nosso envolvimento está sendo bem recebida", disse Hillary.

Na segunda-feira, ela assistiu à posse do novo presidente do Uruguai, o socialista José Mujica, na companhia de dois dos governantes regionais que mais criticam os EUA - o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales. Hillary disse que não teve qualquer interação com ambos.

"Eu estava no mezanino, eles estavam no térreo. Eles foram para um lado e eu fui para outro, mas ficaria mais do que feliz de dizer oi a todos que estavam lá", disse Hillary no avião que em seguida a levou à Argentina.

A viagem da secretária foi ofuscada pelo terremoto de sábado no Chile, que matou mais de 700 pessoas. Ela viaja na terça-feira para Santiago, onde se reúne com a presidente Michelle Bachelet e com o sucessor eleito dela, Sebastián Piñera. Aproveitará para entregar celulares que o Chile solicitou para ajudar nas tarefas de resgate.

Em seguida, Hillary segue para o Brasil, onde buscará vencer a relutância do governo Lula para que apoie a mobilização internacional por novas sanções ao programa nuclear do Irã. Antes de voltar aos EUA, Hillary fará escalas também na Costa Rica e em Honduras.

Alguns analistas latino-americanos dizem que a expectativa inicial de reaproximação dos EUA com a região no governo Obama perdeu força, em parte devido à reação de Washington ao golpe de junho em Honduras e à manutenção do embargo a Cuba.

Mas Hillary disse que houve uma aproximação, e citou Honduras como um bom resultado. Ela lembrou que, depois do golpe, os EUA estimularam a realização de eleições em novembro.

"A crise de Honduras foi gerida até uma conclusão bem sucedida", afirmou. "Foi sem guerra civil, sem violência, e acho que nossa política na vasta maioria dos países da América Latina recebe notas altas ou grande respeito."

Ela disse que vai aproveitar sua passagem pela América Central para incentivar a "normalização" das relações de Honduras com vários outros governos regionais, que não reconheceram a eleição de novembro, e para defender a reintegração hondurenha à Organização dos Estados Americanos.

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