PUBLICIDADE

América Latina

Haiti: médicos dizem nunca ter visto ferimentos tão graves

17 jan 2010 - 10h08
(atualizado às 11h13)
Compartilhar

As equipes da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) no Haiti afirmaram neste domingo nunca ter visto tantos ferimentos tão graves como os registrados após o violento terremoto no país mais pobre das Américas.

Homem recebe atendimento médico em Porto Príncipe
Homem recebe atendimento médico em Porto Príncipe
Foto: AP

Segundo a organização, desde sua chegada as unidades cirúrgicas da MSF em Porto Príncipe funcionam sem parar com o objetivo de dar conta do grande número de feridos.

"A prioridade vai para os casos mais urgentes. As equipes já praticaram cesáreas e amputações. A equipe médica experiente da MSF afirma nunca ter visto tantos ferimentos tão graves", afirma um comunicado da organização divulgado em Paris.

Segundo um dos coordenadores da MSF em Porto Príncipe, "a reação da população foi imediata quando soube do início das atividades médicas de urgência no bairro de Carrefour".

Os hospitais na região estão lotados de feridos e têm um número limitado de funcionários, material e remédios.

A associação está preocupada com a situação no aeroporto de Porto Príncipe. A MSF tinha 30 voluntários no país no momento do tremor e conseguiu enviaar mais 70 nos dias seguintes.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti. Além deles, o terremoto também vitimou Luiz Carlos da Costa, a segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade