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Mundo

Haiti: França teme que todos em prédio da ONU tenham morrido

13 jan 2010 - 11h43
(atualizado às 12h28)
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O ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner, disse nesta quarta-feira que teme a morte de todas as pessoas que estavam no edifício da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti que foi destruído no terremoto de terça-feira.

infográfico haiti info mapa mais próximo
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Foto: Terra

"O prédio da ONU desabou, e parece que todos os que estavam lá dentro, incluindo meu amigo Heni Annabi, que era o enviado especial das Nações Unidas... estão mortos", disse Kouchner à rádio francesa RTL.

No entanto, ele afirmou que o presidente do Haiti, René Préval, conseguiu escapar do palácio presidencial, que também ruiu no terremoto em Porto Príncipe na terça-feira. A própria ONU afirmou que as pessoas no prédio estavam desaparecidas.

Kouchner não especificou como obteve essa informação, embora tenha dito que falou com o embaixador da França no Haiti, que relatou caos e destruição na capital do país.

"Certamente vou falar com o presidente Préval, cujo palácio desabou, mas que conseguiu sair. Vou falar com ele em breve", disse Kouchner à RTL.

O terremoto pode ter matado milhares de pessoas. Abalos secundários também ocorreram durante a noite e nesta quarta-feira.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e pelo menos cinco militares brasileiros morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o Haiti após o terremoto que devastou o país nesta terça-feira. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 14 t de alimentos para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas. A prioridade será o envio de água e de alimentos.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

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