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América Latina

Haiti escolhe conselho eleitoral para voltar ao caminho democrático

24 jan 2015 - 10h41
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O Haiti instalou na sexta-feira o Conselho Eleitoral Provisório, um passo decisivo para evitar uma crise constitucional após semanas de protestos e incerteza política.    O juramento do conselho, que tem nove membros e representa diferentes setores da sociedade, ocorreu na Suprema Corte pouco antes de uma missão do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) chegar ao país.    “É um novo passo para o país no caminho da democracia”, afirmou o primeiro-ministro, Evans Paul, referindo-se ao novo órgão eleitoral. “A democracia não funciona sem eleições.”    O Parlamento haitiano foi dissolvido na semana passada, após o fracasso da eleição de novos membros, o que deixou o presidente, Michel Martelly, governando o país por decreto.    O Haiti tem uma longa história de golpes, revoltas e ditaduras, e a dissolução do Parlamento alimentou temores de que a nação estava novamente a perigo de caminhar para uma revolta violenta.    O país caribenho não tem eleições municipais ou legislativas há três anos, e deve ter votação para presidente no fim deste ano, quando acaba o mandato de Martelly.    Após se reunir com Martelly, a embaixadora norte-americana na ONU, Samantha Power, afirmou: “Nós apoiamos o presidente e seus esforços para encontrar uma solução para o impasse político e assegurar eleições justas, transparentes e inclusivas em 2015.”    Representantes do Conselho de Segurança da ONU, que tem 15 membros, estão realizando uma missão de três dias no Haiti, liderados pelo Chile e pelos Estados Unidos.    Nesta semana, Martelly nomeou um novo gabinete para tentar encerrar protestos contra o seu mandato, mas líderes da oposição dizem que ele quebrou a promessa de criar um governo de consenso.    Mas a escolha do corpo eleitoral não transcorreu sem polêmica, embora em geral a composição do conselho tenha recebido aprovação. A representante do setor social da mulher, Yolette Mengual, foi criticada por ser muito próxima a Martelly.    Negando ter a intenção de brigar por um novo mandato, o que é proibido pela Constituição, Martelly disse à Reuters: “Não tenho o desejo de reter o poder para mim. Quero trabalhar para todos.”    O primeiro-ministro pediu aos membros do conselho que não elevem os custos do processo eleitoral. “Não podemos fazer eleições sempre e ver que são os outros que a pagam”, disse.    O Haiti permanece muito dependente financeiramente dos EUA e da presença das tropas de paz da ONU.

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