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América Latina

Governo ordena reinício das aulas no Equador

2 out 2010 - 12h41
(atualizado às 13h09)
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As aulas nas escolas do Equador serão retomadas na próxima segunda-feira, depois da suspensão em consequência da rebelião policial que o presidente Rafael Correa denunciou como tentativa de golpe de Estado e de assassinato, anunciou neste sábado o ministério da Educação.

Veja momento em que presidente do Equador é atacado:

A paralisação das atividades atingia a rede pública e privada desde a última quinta-feira, quando explodiu a rebelião de agentes que exigiam o veto a uma lei que deve reduzir os benefícios financeiros dos oficiais.

"O reinício das atividades docentes acontecerá em função da volta da normalidade no país, o que permite integridade e segurança para os estudantes", afirma um comunicado oficial.

Durante a insurreição, que segundo o governo deixou um saldo de oito mortos e 274 feridos, os policiais mantiveram Correa por várias horas em um hospital no qual o presidente foi internado depois de ter sido agredido por manifestantes quando tentava conter o protesto.

Correa foi resgatado durante uma operação de soldados e policiais leais ao governo, que travaram um confronto a tiros com os rebelados.

O presidente denunciou a rebelião como uma tentativa de golpe de Estado e afirmou que os policiais tentaram assassiná-lo, abrindo fogo contra o veículo para o qual foi levado durante o resgate.

Correa responsabilizou o ex-presidente Lucio Gutiérrez, um coronel da reserva do Exército que foi derrubado em abril de 2005 e que negou a acusação no Brasil, onde está para observar como voluntário a eleição presidencial de domingo.

Entenda a crise
Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que havia uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

Após passar mais de 10 horas no hospital, Correa foi resgatado do prédio cercado por rebeldes. Na operação, houve troca de tiros entre militares e policiais. Correa foi levado para o Palácio Presidencial, de onde discursou para milhares de simpatizantes. Segundo a Cruz Vermelha do Equador, duas pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas nos distúrbios.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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