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América Latina

Governo equatoriano designa novo chefe da Polícia Nacional

1 out 2010 - 20h23
(atualizado às 20h39)
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O governo equatoriano anunciou nesta sexta-feira a designação do general Patrício Franco como novo chefe da Polícia Nacional. Franco substitui Freddy Martínez, que renunciou nesta quinta após os distúrbios protagonizados por policiais rebelados contra o presidente da nação, Rafael Correa. As informações são da emissora local de TV Telesur.

Protesto leva Equador a decretar estado de exceção:

A substituição foi anunciada pelo ministro do Interior do Equador, Gustavo Jalkh, após a chegada dos chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) a Quito para ratificar o respaldo à democracia.

Freddy Martínez renunciou enquanto a situação no país se normaliza. Os policiais protestam pela medida que corta gratificações e que afeta os salários. Martínez tentou acalmar os ânimos depois que os protestos se transformaram em uma tentativa de golpe de Estado, a julgamento do governo.

Martínez também pediu, assim como o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Equador, o general Ernesto González, que o governo revise a proposta que desencadeou os distúrbios. O Executivo, no entanto, ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Martínez destacou que acredita que havia pessoas infiltradas no protesto dos policiais. Para Correa, havia membros da Sociedade Patriótica, partido político do ex-presidente Lúcio Gutiérrez (2003-2005).

Entenda a crise
Os distúrbios registrados no Equador têm origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para reduzir os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam no legislativo projetos do governante.

Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado. No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão, e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que havia uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção no Equador - com militares convocados para garantir a segurança nas ruas. Mesmo assim, milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.

Após passar mais de 10 horas no hospital, Correa foi resgatado do prédio cercado por rebeldes. Na operação, houve troca de tiros entre militares e policiais. Correa foi levado para o Palácio Presidencial, de onde discursou para milhares de simpatizantes. Segundo a Cruz Vermelha do Equador, duas pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas nos distúrbios.

Fonte: Redação Terra
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