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América Latina

Governo confirma situação complicada de Chávez e insinua envenenamento

5 mar 2013 - 18h55
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O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta terça-feira que o presidente, Hugo Chávez, atravessa seu momento mais difícil e insinuou que o câncer do governante pode ter sido inoculado pelos "inimigos históricos" do líder.

Em meio a uma grande expectativa depois que ontem à noite o governo informou a piora da condição do presidente, Maduro enviou hoje uma mensagem televisada após uma reunião do alto comando militar e político no Palácio de Miraflores.

"Paz e vitória desta pátria que acompanha nosso comandante Chávez nas piores circunstâncias desde o mesmo momento de sua última intervenção cirúrgica", indicou Maduro ao terminar um discurso no qual confirmou a gravidade da situação e realizou acusações surpreendentes.

O vice-presidente explicou que há "uma situação de complicação" causada por uma infecção "muito severa" e existem "complicações em sua situação respiratória", enquanto a equipe medica se concentra em atendê-lo.

Maduro ratificou assim a última informação divulgada ontem à noite pelo governo venezuelano sobre a piora das funções respiratórias do presidente devido a uma nova e severa infecção pulmonar, que deixou seu estado de saúde em uma situação "muito delicada".

O vice venezuelano também pediu à população que tenha "confiança na direção político-militar da revolução. Tenham confiança no rumo de nossa pátria".

No entanto, Maduro começou seu discurso falando de um suposto complô dos "inimigos históricos" de Chávez no qual supostamente poderiam ter inoculado a doença no presidente.

"Não temos nenhuma dúvida e chegará o momento indicado na história para uma comissão científica confirmar que o comandante Chávez foi atacado", disse.

Lembrou que o próprio Chávez tinha manifestado "sua visão" e insistiu que não têm "nenhuma dúvida que os inimigos históricos" da pátria "buscaram o ponto certo para prejudicar a saúde" do presidente venezuelano.

"Já temos bastantes pistas sobre este tema, mas é um tema muito sério do ponto de vista histórico, que terá que ser investigado por uma comissão especial de cientistas", acrescentou.

Chávez se perguntou em dezembro de 2011 se era possível "que o câncer possa ser uma doença induzida, produzida", após conhecer-se a possibilidade que seu colega argentina, Cristina Kirchner, tivesse câncer, mal que também atacou a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente paraguaio, Fernando Lugo.

Esclareceu naquela época que não tinha acusado "ninguém" de induzir o câncer em vários líderes da região porque isso seria "uma irresponsabilidade", depois que o Governo dos EUA qualificou como "horrendos" tais comentários.

Maduro indicou hoje que "houve casos na história, muitos casos na história" sobre este tipo de ataques, e apontou que "o último, mais ressonante" foi o do antigo dirigente palestino Yasser Arafat.

Chávez está há 15 dias em Caracas, aonde chegou após ser operado no último dia 11 de dezembro em Cuba de um câncer pela quarta vez em 18 meses.

O presidente venezuelano, que não foi visto nem ouvido desde o dia 10 de dezembro, pouco antes de partir, exceto em fotos divulgadas dias antes de retornar a Caracas, sofre uma insuficiência respiratória que lhe obriga a respirar por uma cânula traqueal.

Enquanto isso, nas ruas de Caracas, as manifestações em relação a Chávez se dividiam entre orações, concentrações de apoio e protestos estudantis.

Estudantes universitários que exigem conhecer a verdadeira condição do chefe de Estado continuaram postados em uma rua do município de Chacao, no leste de Caracas, e outros grupos se somaram ao protesto nas cidades de Maracaibo e Valencia, segundo o canal privado "Globovisión".

Nos arredores do Hospital Militar de Caracas se concentraram dezenas de simpatizantes de Chávez para orar e deixar claro que, apesar da previsão pessimista sobre a saúde do líder, acreditam em sua recuperação.

EFE   
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