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América Latina

Governo argentino defende presidente em exercício de críticas da oposição

8 out 2013 - 20h11
(atualizado às 20h37)
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O governo na Argentina defendeu nesta terça-feira o vice-presidente do país, Amado Boudou, dos críticos que questionam a lisura do economista para assumir interinamente a presidência durante a recuperação de Cristina Kirchner, operada hoje para a retirada de um coágulo no cérebro.

O presidente da Câmara dos Deputados, o governista Julián Domínguez, sustentou que as críticas a Boudou "expressam imaturidade republicana", pois é a Constituição que "estipula o mecanismo para garantir o efetivo exercício presidencial" em caso de doença.

Em tanto, o primeiro candidato a deputado do governo Frente para a Victoria (FPV) na província de Buenos Aires, Martín Insaurralde, disse para quem "não gosta que Bodou assuma o Executivo, que mude a Constituição", sustentou Insaurralde.

Também em defesa do vice-presidente saiu o senador governista Daniel Filmus, ao lembrar que "Boudou também foi votado por 54% da população e existe uma equipe que funciona".

"Se um presidente tem que enfrentar uma cirurgia, assume o vice-presidente, e todos esperamos que pelo mais curto tempo possível e confiamos na equipe que acompanha a presidente", disse Filmus.

Dirigentes de diferentes partidos da oposição questionaram hoje Boudou, que teve o nome envolvido em diferentes casos de corrupção, e que assumiu na segunda-feira a presidência interina até que Cristina se recupere da operação.

O ex-vice-presidente de Cristina e atual candidato a deputado pela oposição na chapa União Cívica Radical Julio Cobos assegurou que "é muito difícil" que Amado Boudou possa exercer o poder com "plena faculdade" e que sua gestão será "muito diluída".

Para Cobos, Boudou terá que se apoiar no secretário Legal e Técnico, Carlos Zanini, e no secretário- geral da Presidência, Oscar Parrilli, que desfrutam da maior confiança de Fernández.

Já o deputado da Frente Renovadora (peronismo dissidente) Felipe Solá afirmou que Boudou "não está para governar, mas para andar em moto", em referência ao fascínio do vice-presidente por este tipo de veículos.

O também peronista dissidente Gerónimo Venegas advertiu que "nos próximos 50 dias, de acordo às previsões da saúde presidencial, estamos em mãos de improvisadas e em uma delicadíssima situação internacional, a qual se somam os problemas econômicos e sociais de nosso país".

O representante do esquerdista Partido Operário, Jorge Altamira, afirmou que o "vice-presidente é um zero à esquerda, questionado na Justiça e totalmente carente de autoridade".

"Boudou não tem estatura moral para liderar o governo", opinou o deputado Juan Carlos Juárez, da Frente Ampla Progressista.

Segundo Juárez, Boudou não tem "a envergadura política nem a estatura moral como para assumir a condução dos destinos políticos e institucionais da Argentina".

EFE   
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