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Mundo

Fidel Castro diz que "sorte de Mubarak está lançada"

2 fev 2011 - 10h06
(atualizado às 10h34)
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O ex-presidente cubano Fidel Castro disse na terça-feira que "a sorte de (Hosni) Mubarak está lançada" e nem os Estados Unidos conseguirão manter em pé o governo do Egito depois da rebelião dos últimos dias no mais populoso país árabe.

Egito: brasileiras filmam tanques na rua da janela do hotel:

Fidel, que governou Cuba por quase cinco décadas, até transferir o poder a seu irmão Raúl, lembrou em uma coluna lida na TV local que os EUA converteram o Egito em seu principal aliado do mundo árabe, e que não deixaram de conspirar contra o governo egípcio durante todo o regime nacionalista de Gamal Abdel Nasser, entre 1954 e 70.

"A sorte de Mubarak está lançada, e já nem o apoio dos Estados Unidos poderá salvar seu governo. No Egito vive um povo inteligente, de gloriosa história, que deixou sua marca na civilização humana", disse Fidel, 84 anos, que desde a aposentadoria, em 2006, se dedica a escrever textos opinativos na imprensa local.

Na última terça-feira, após protestos que reuniram mais de 1 milhão de pessoas em todo o Egito, Mubarak, 82 anos, foi à TV dizer que não disputará um novo mandato neste ano. O presidente egípcio, no poder desde 1981, parece ter perdido o apoio das Forças Armadas e dos EUA, que o pressionam a fazer uma "transição ordeira".

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. Passaram a fazer parte dela o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro da Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que reinaugurou o cargo de vice-presidente, posto inexistente no país desde 1981. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. Apesar dos últimos protestos terem sido pacíficos, a ONU estima que cerca de 300 pessoas já tenham morrido no país desde o início dos protestos.



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