Favorito cai em pesquisas no México após protestos
29 mai2012 - 19h23
(atualizado às 20h43)
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O candidato favorito na eleição presidencial mexicana de 1º de julho, Enrique Peña Nieto, registrou seu pior índice de intenções de voto desde o início da campanha, após ser alvo de protestos estudantis, segundo pesquisa divulga na terça-feira pelo instituto Consulta Mitofsky.
Peña Nieto, no entanto, mantém uma ampla vantagem, com 35,6% das menções, perda de 2,3 pontos percentuais em relação à semana passada. O esquerdista Andrés Manuel López Obrador aparece pela segunda semana consecutiva na vice-liderança, passando de 20,5 para 21,7%.
A governista Josefina Vázquez Mota oscilou de 20,1 para 20,4%. Ainda há 20% de indecisos. A margem de erro da pesquisa, feita entre os dias 25 e 27 de maio, é de 3,1 pontos percentuais.
Peña Nieto é o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que dominou a política mexicana durante 71 anos, até 2000, período marcado por corrupção e autoritarismo. Críticos veem nele um candidato artificial, moldado por marqueteiros e impulsionado pela influente rede de TV Televisa.
Recentemente, Peña Nieto tem sido alvo de protestos estudantis. Em outro golpe contra o seu partido, a Justiça norte-americana apreendeu há poucos dias os bens do ex-governador priista Tomás Yarrington, do Estado de Tamaulipas (norte), acusado de receber subornos de traficantes.
O PRI suspendeu no fim de semana os direitos de Yarrington como membro do partido, à espera do resultado das investigações.
Gabriel Quadri (Nova Aliança) defende propostas polêmicas, como a legalização das drogas, o casamento homossexual e a privatização da petroleira Pemex. Acadêmico experiente, mas desconhecido dos eleitores, Quadri teve bom desempenho no 1º debate presidencial realizado no dia 6. No entanto, segundo analistas, sua participação serviria apenas para alcançar os 2% necessários para o partido manter registro e financiamento do Instituto Federal Eleitoral
Foto: AFP
Enrique Peña Nieto (PRI), 45 anos, casado com uma famosa atriz de novela é o trunfo do PRI para voltar ao poder 12 anos depois. A expectativa em torno do candidato no último debate era baixa, considerando seu fraco desempenho em situações de improviso. Mas Peña Nieto soube se defender dos ataques e mantém uma ampla liderança sobre os rivais. O eleitorado parece já ter esquecido suas gafes anteriores, como quando não soube dizer o valor do salário mínimo
Foto: AFP
Josefina Vázquez Mota (PAN) tem o apoio do atual presidente Felipe Calderón. Disciplinada, começou a corrida presidencial com Peña Nieto como alvo claro, mas agora enfrenta uma maior ameaça, que é a aproximação de López Obrador em uma disputa que se acirra pelo segundo lugar. Analistas afirmam que ela precisa corrigir sua estratégia e se distanciar de Calderón, devido aos números assombrosos da violência no país, caso queira ter chances de vitória
Foto: AFP
Andrés Manuel López Obrador (PRD) esteve perto de conquistar a presidência na eleição de 2006. Perdeu para Calderón por uma mínima diferença mínima e polêmica de 0,56%. O resultado gerou acusações de fraude e López Obrador comandou plantões no centro da capital mexicana se recusando a aceitá-lo, o que desgastou sua imagem política. Na campanha atual, mudou sua estratégia agressiva para a criação de uma "República amorosa", sem violência e corrupção
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