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América Latina

Farc pedem que eleições presidenciais na Colômbia sejam adiadas

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo de Juan Manuel Santos recomeçaram o diálogo de paz nesta terça-feira

11 jun 2013 - 17h43
(atualizado às 17h58)
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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) inauguraram nesta terça-feira em Havana o debate sobre sua participação política com a proposta de adiar em um ano as eleições na Colômbia e convocar uma Assembleia Constituinte, abordagem que o governo de Juan Manuel Santos rejeitou categoricamente.

Após fechar no último dia 26 de maio um acordo sobre a delicada questão agrária, governo e guerrilha voltaram hoje à mesa de negociação instalada em Cuba para começar a discussão sobre o segundo e não menos complexo ponto da agenda do processo: a transformação das Farc em um movimento político legal.

E a primeira "contribuição" da guerrilha foi propor que o governo da Colômbia adie em um ano, e sem reeleição presidencial, o pleito previsto para 2014, com o objetivo de "antepor o interesse coletivo da paz a qualquer outra circunstância que rarefaça o fim que nos convocou em Havana".

Como já defenderam em várias ocasiões, as Farc pedem a convocação de uma Assembleia Constituinte "para encontrar uma verdadeira solução ao conflito com a decisiva participação do povo", segundo uma declaração lida perante a imprensa por Ivan Márquez, número dois da insurgência e chefe de sua equipe negociadora.

Preocupada pelos prazos que o governo coloca para culminar estas conversas de paz, as Farc temem que o processo eleitoral na Colômbia "maltrate, murche ou aniquile para sempre as esperanças de reconciliação".

A proposta das Farc teve uma imediata resposta da equipe negociadora do governo, que rejeita um adiamento eleitoral e que pediu à guerrilha a que se concentre na agenda pactuada para os diálogos.

"Não devemos nos distrair com propostas que pouco contribuem à clareza como ocorre com o suposto prolongamento do período das eleições e com uma Constituinte", declarou Humberto de la Calle, líder da delegação governamental.

Sobre a nova fase que abre a mesa de negociação com a discussão sobre participação política, De la Calle lembrou que a transformação dos rebeldes em um movimento político legal é um "elemento comum" em todos os processos de paz tanto colombianos como nos realizados em outros países.

Neste caso, se trata de encontrar o modo de "abrir um caminho para que as Farc se transformem em um movimento político e se insiram na democracia com o pleno exercício de seus direitos, mas também de seus deveres", explicou.

EFE   
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