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América Latina

Farc admitem 'coincidências' com governo sobre questão agrária

23 jan 2013 - 15h55
(atualizado às 16h09)
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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) reconheceram nesta quarta-feira "felizes coincidências" com o governo colombiano sobre a questão agrária, um dos temas discutidos nas negociações de paz em Havana. Em cartas enviadas a Venezuela e Chile, países que acompanham o processo, as Farc dizem que "é uma preocupação de nossos interlocutores encontrar soluções para acabar com a guerra que padecemos".

Negociador das Farc, Ivan Marquez, anunciou que cessar-fogo unilateral declarado pelo grupo guerrilheiro chegou ao fim no último domingo
Negociador das Farc, Ivan Marquez, anunciou que cessar-fogo unilateral declarado pelo grupo guerrilheiro chegou ao fim no último domingo
Foto: EFE

"Encontramos felizes coincidências com o governo, em nossos pontos de vista sobre a situação de miséria gerada em nosso país pela injusta estrutura agrária", declarou a guerrilha em uma carta entregue a Milenko Skoknic, delegado do governo chileno. Nas negociações de paz, iniciadas em 19 de novembro, Cuba e Noruega atuam como garantias, enquanto Chile e Venezuela acompanham o andamento das discussões.

A carta a Skoknic foi publicada no blog da delegação das Farc, acompanhada de outra, enviada ao embaixador venezuelano, Roy Chaderton. No texto, os insurgentes ressaltam seu "afeto carregado com o desejo de melhoria, bem-estar e saúde para o presidente Hugo Rafael Chávez Frías", que se recupera em Havana há mais de um mês de sua quarta cirurgia de câncer.

"Nossa visão sobre o problema da tendência e uso da terra na Colômbia, a definição de seu atual caráter nocivo que gera a miséria e violência, foram defendidas ante os delegados do governo do presidente Juan Manuel Santos", explicaram os guerrilheiros. Neste sentido, ressaltaram "que existem coincidências diagnósticas na hora de indicar este fator como causa do confronto que sangra o nosso país e que precisa ser superado".

A questão agrária é o tema central das negociações de paz, pois está diretamente ligado aos outros quatro pontos -drogas ilícitas, participação política, abandono das armas e reparação às vítimas- da agenda de diálogo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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