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América Latina

Falta de segurança prejudica distribuição de comida no Haiti

17 jan 2010 - 14h06
(atualizado às 14h26)
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A distribuição de comida aos centenas de milhares de desabrigados pelo terremoto de terça-feira passada no Haiti enfrenta dificuldades por razões de segurança, segundo fontes humanitárias e do contingente da ONU.

infográfico info haiti grana assistência internacional
infográfico info haiti grana assistência internacional
Foto: Reuters

Os constantes tumultos durante as operações de distribuição de mantimentos fizeram com que as agências da ONU e o governo haitiano precisem de fortes contingentes de segurança durante essas atividades.

No Champ de Mars, uma enorme praça em frente ao palácio presidencial, uma equipe boliviana distribuiu hoje 4 mil litros de água. De seus 80 homens, dez se encarregavam da distribuição. Os outros 70 tinham como função manter a segurança e a ordem nas filas.

"Não anunciamos nunca o local onde vamos distribuir comida para evitar tumultos", declarou à Agência Efe o capitão Marco León Peña, do contingente boliviano da Minustah, a missão da ONU no Haiti.

León Peña e outras testemunhas relataram cenas de caos e agressões durante operações de distribuição de comida. O exército americano optou em algumas ocasiões por lançar os pacotes de comida de helicópteros.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, cuja chegada ao Haiti é esperada para hoje, reconheceu a lentidão das operações de ajuda no país.

Em muitos pontos da capital haitiana, Porto Príncipe, é possível ver cartazes com mensagens como "SOS" ou "Ajuda" escritas em vários idiomas.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. Estimativas mais recentes do governo haitiano falam em mais de 200 mil mortos e 50 mil corpos já enterrados. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, o diplomata Luiz Carlos da Costa, segunda maior autoridade civil da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e pelo menos 14 militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto. Quatro militares estão desaparecidos.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

EFE   
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