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América Latina

Exército toma as ruas de Caracas para enfrentar a criminalidade

A Venezuela fechou 2012 com 16.072 homicídios, 14% a mais que no ano anterior

13 mai 2013 - 21h37
(atualizado às 22h22)
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<p>Três mil soldados custodiarão as ruas de Caracas</p>
Três mil soldados custodiarão as ruas de Caracas
Foto: EFE

O governo da Venezuela ordenou nesta segunda-feira a mobilização de três mil soldados que custodiarão as ruas de Caracas em um plano que pretende, em curto prazo, fazer frente aos altos índices de criminalidade que, segundo o presidente Nicolás Maduro, é o problema "mais grave" do país.

Segundo números oficiais, a Venezuela fechou 2012 com 16.072 homicídios, 14% a mais que no ano anterior, embora, segundo relatórios da ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV) de dezembro passado, a taxa real seja de 73 para cada 100 mil habitantes.

"O maior problema da nossa sociedade é o vinculado à criminalidade, a violência, a chamada insegurança; é o problema mais grave", disse Maduro ao iniciar o chamado "Plano Pátria Segura" que, assegurou, será "mais que uma operação".

O governante tinha anunciado a criação do plano na segunda-feira passada quando garantiu que entre os oficiais da Força Armada há "entusiasmo" para sair "em união cívica militar para proteger o povo" da Venezuela.

Maduro aproveitou o ato para advertir à Força Armada que "o império", como chama os Estados Unidos, "não descansa" em seu empenho de "apoderar-se" da América Latina e que "bate portas para ver quem lhe abre", "para ver a quem corrompe".

"Que ninguém se deixa enganar por um sorriso e uma saudação, nem perante um afago nem um visto para viajar aos Estados Unidos", acrescentou o presidente venezuelano no ato oficial, no qual inaugurou novas instalações militares e anunciou um aumento salarial aos soldados em uma porcentagem que não revelou.

No entanto, para o analista político especialista em segurança, Hernán Castillo, "militarizar o ataque ao crime é um grande erro" porque os militares "não estão preparados para enfrentar o cidadão".

Além disso, Castillo afirmou que a história registra que, após este tipo de ações, os soldados terminam fazendo alianças com os grupos criminosos. O especialista ressaltou que, já que se tomou a decisão de mandar o Exército à rua, é conveniente garantir que este desdobramento militar em espaços civis seja de curta duração, "como uma medida transitória".

De qualquer maneira, Castillo comemorou, apesar de não concordar com a medida, que finalmente tenha havido "uma pequena iniciativa de certo alcance por parte do governo" para atacar o crime.

Castillo lamentou, além disso, que "as prisões venezuelanas não são centros de reabilitação, mas centros de aperfeiçoamento do crime e do delito". "Nenhum dos elementos que compõem este quadro tem a ver com o aspecto militar, nenhum tem relação com a presença dos militares na rua", concluiu o analista.

EFE   
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