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América Latina

EUA e Cuba: lista de prisioneiros beneficiados é misteriosa

Falta de informação tem alimentado preocupação e frustração entre os dissidentes

28 dez 2014 - 14h26
(atualizado às 15h03)
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<p>Ativistas anti-Castro protestam em Miami</p>
Ativistas anti-Castro protestam em Miami
Foto: Javier Galeano / Reuters

Os dissidentes mais proeminentes de Cuba afirmaram que estão sendo mantidos no escuro por autoridades norte-americanas sobre uma lista de 53 presos políticos que serão libertados da prisão como parte de um acordo para encerrar décadas de hostilidade entre os Estados Unidos e Cuba.

Durante anos, líderes dissidentes disseram aos Estados Unidos quais opositores do governo comunista de Cuba estavam sendo presos ou perseguidos, mas afirmam não terem sido consultados quando a lista de prisioneiros a serem libertados foi elaborada nem mesmo informados sobre quem está nela.

A falta de informação tem alimentado preocupação e frustração entre os dissidentes, que temem que a lista secreta seja falha e que presos políticos genuínos que deveriam estar nela sejam deixados definhando.

Raúl Castro destaca fim de 'obstáculo' nas relações Cuba-EUA:

"Estamos preocupados porque não estamos de acordo com o silêncio, pois temos o direito de saber quem eles são. Quem são eles?", disse Berta Soler, líder das Damas de Branco, grupo dissidente que marcha em Havana aos domingos para exigir a libertação de prisioneiros.

"Não há apenas 53 presos políticos, há mais, e estamos preocupados com a possibilidade de que a lista dos Estados Unidos possa ter criminosos comuns", disse ela à Reuters em Havana.

Autoridades norte-americanas têm mantido silêncio até agora sobre como a lista de 53 pessoas foi montada e sobre quem foi consultado dentro de Cuba. Também não está claro se alguns prisioneiros foram mantidos fora da lista porque o governo cubano se recusou a liberá-los.

Uma autoridade dos EUA disse no sábado que Washington pediu a Cuba para libertar um grupo específico de pessoas presas por acusações relacionadas às suas atividades políticas, mas recusou-se a responder a mais perguntas.

Nem o governo dos EUA nem o de Cuba disseram quando os prisioneiros serão libertados. Cuba se recusou a comentar sobre o motivo de mais detalhes não terem sido divulgados publicamente.

A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, que monitora ativistas nos diferentes grupos de oposição, contou em junho um total de 114 presos políticos, embora o número inclua 12 pessoas que estão em liberdade condicional, além de várias outras que desde então foram libertadas.

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